Mulheres trabalham 2 vezes mais que homens na Câmara

Homens são maioria, mas fazem muito menos projetos relevantes que suas colegas mulheres

A proporção de mulheres vereadoras em relação aos homens está muito aquém da parcela da população que elas representam. Na Câmara de Curitiba elas ocupam 21% das 38 vagas, enquanto são 52% da população em geral. Apesar disso, elas produzem 1,96 vezes mais que seus colegas homens, segundo dados do Ranking de Produtividade da Câmara de Curitiba produzido pelo Plural. O ranking considera apenas as proposições relevantes apresentadas à Casa.

Enquanto as vereadoras apresentaram, em média, 35 proposições relevantes no ano de 2022, os homens propuseram, em média, apenas 18 no mesmo período. Isso apesar de entre as 8 vereadoras, três terem o desempenho muito abaixo das colegas. Tânia Guerreiro (União), por exemplo, só teve 6 proposições relevantes no período, sua colega agora deputada estadual, Flávia Francischini (União) apresentou 13 e Noemia rocha (MDB) sugeriu 19 proposições.

Entre os homens, dos 30 vereadores, apenas 5 produziram mais que a média das mulheres: Professor Euler (MDB), Dalton Borba (PDT), Marcos Vieira (PDT), Marcelo Fachinello (PSC) e Nori Seto (PP). Entre os 25 restantes, dois não produziram nada. de relevante e dez apresentaram menos de 10 proposições relevantes no ano todo.

E não foi só no Ranking de Produtividade que as vereadoras se saíram melhor que os colegas homens. No ranking de Independência, que mede o quanto o parlamentar divergiu dos colegas nas votações mais importantes no plenário, as mulheres são seis dos dez parlamentares mais independentes. E quatro dos dez parlamentares com maior índice de colaboração (capacidade de trabalhar em conjunto com outros vereadores).

Para a vereadora Professora Josete (PT), que ficou em primeiro lugar no ranking geral empatada com duas colegas – Amália Tortato (Novo) e Carol Dartora (PT) – “é muito mais difícil para as mulheres atingirem um local de destaque na sociedade. Talvez essas barreiras a mais sirvam como propulsoras para um bom trabalho na política”.

Josete também acredita que é comum que as mulheres assumam mais responsabilidades que os homens. “Além de estudar e trabalhar, em geral recai sobre elas a maior parte das obrigações domésticas. Essa sobrecarga exige que elas se desdobrem para cumprir todas as responsabilidades, o que as torna mais efetivas. Mas vale ressaltar que esse excesso de tarefas muitas vezes gera adoecimento”, completa.

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