Em Curitiba, União foi partido que mais perdeu filiados na última década

Resultado da fusão entre o PSL (partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu presidente) e o DEM, o União perdeu mais de 4 mil filiados

Um importante indicador da composição dos grupos políticos na disputa pela Prefeitura de Curitiba e a Câmara Municipal nas eleições de 2024, o número de filiados por partido na cidade mostra algumas mudanças importantes. O Plural analisou os dados relativos ao total de filiados por legenda partidária de junho de 2013 a junho de 2023. A primeira descoberta?

O União, que é resultado da fusão do DEM com o PSL, foi o partido que mais perdeu filiados durante este período. Mas não é só isso. O PSL, partido praticamente insignificante na cidade entre 2013 e 2018, manteve nesses cinco anos uma média de 500 filiados. Em 2019 e 2020, após a legenda eleger Jair Bolsonaro presidente em 2018, o número de filiados deu um salto e chegou a mais de quatro mil em 2020.

O inchaço, porém, durou pouco. No ano seguinte o número de filiados baixou para 259. Para efeito de comparação, o DEM – partido com o qual o PSL se fundiu – tinha uma média de sete mil filiados na cidade entre 2013 e 2020. Em 2021, o DEM e o PSL se uniram para criar o União. O novo partido, porém, não atraiu mais filiados e estacionou na média de 6600 pessoas filiadas.

Com isso, o conjunto DEM-PSL chegou a ser a terceira maior legenda da cidade, mas atualmente amarga o sexto lugar. O União, porém, mantém uma conquista do período de vacas gordas: ainda é o partido com mais cadeiras na Câmara de Curitiba: são oito vereadores eleitos.

Outro partido que encolheu no período foi o PP de 2013 a 2023 na cidade foi o PP. A legenda chegou a ter 14,4 mil filiados e perdeu 2,7 mil no período. Apesar disso, se manteve como maior partido da cidade, hoje com 11,7 mil filiados. O PP é maior, mas na Câmara tem metade do assentos do União: 4.

Ao contrário do União e do PP, que são de extrema direita, o PDT se coloca numa posição de centro esquerda. Foi o terceiro partido a perder mais filiados em Curitiba. A legenda provavelmente foi prejudicada por fatores nacionais e locais. No âmbito nacional, o PDT lançou Ciro Gomes para presidente em 2018, mas não conseguiu levá-lo para o segundo turno. Gomes saiu candidato à presidente também em 2022 e novamente ficou de fora do segundo turno.

Por aqui, o PDT sofreu duas baixas: a saída e fim de carreira política de Osmar Dias – ex-senador e ex-candidato ao governo do Paraná da agremiação – e a derrota de Gustavo Fruet na tentativa de reeleição como prefeito de Curitiba em 2016. Nesse período, o partido passou a investir em lideranças mais jovens como o deputado Goura e a candidata ao Senado, Eneida Desiree. Em Curitiba, o partido chegou a 13 mil filiados, mas hoje tem 10,2 mil. No saldo do período a legenda perdeu 2,4 mil filiados.

Apesar da redução no número de filiados, os pedetistas permanecem em terceiro lugar entre as maiores legendas de Curitiba. O partido tem três assentos na Câmara Municipal.

Um destaque dos dados é o desempenho do Partido Novo, que elegeu a vereadora mais votada da cidade em 2020. O sucesso nas urnas, porém, não estimulou um aumento no número de filiados. O partido chegou ao ápice de 899 filiados em 2020, mas em junho de 2023 tinha 653 pessoas filiadas.

No PSD, partido do governador do Paraná, Ratinho Junior e do prefeito de Curitiba, Rafael Greca, houve um crescimento no número de filiados. O aumento aconteceu principalmente entre 2019 e 2020. Mas mesmo assim a legenda ainda está entre as nanicas, com dois mil filiados. O PL, partido para o qual Jair Bolsonaro foi depois de sair do PSL, o número de filiados caiu, com maior redução entre 2018 e 2019.

Os dados de filiados a partidos em Curitiba mostram que a cidade chegou a ter 104 mil pessoas envolvidas em legendas políticas nos anos 2018 e 2019, mas voltou ao patamar de 98 mil filiados de 2013 em 2023, o que representa 5% da população.

O Plural considerou o União a soma dos filiados do DEM e do PSL antes da criação do partido, em 2021. Também contabilizou os filiados ao PTC como o Agir, nome que o PTC assumiu em 2021. E o PPS como Cidadania, nome que o PPS assumiu em 2019. O PMDB virou MDB em 2017.

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