Depois de Sanepar e Copel, fundos estrangeiros estão de olho na Nova Ferroeste

Embora não estivessem em plano de governo, privatizações e tornaram ponto central do governo Ratinho

Após a privatização da Copel e a compra de parte da Sanepar pelo colosso norteamericano BlackRock, novos fundos de investimentos estrangeiros estariam de olho na Nova Ferroeste, a empresa estatal que irá gerenciar o transporte ferroviário de cargas entre Paraná, Mato Grosso e Santa Catarina. Embora não fizesse parte do seu programa de governo, a ‘semiprivatização’ das estatais tornou-se de fato uma das estratégias do governador Ratinho Junior (PSD) para atrair novos investidores privados para o Paraná. Tudo indica que a próxima empresa que será incluída neste projeto é a Nova Ferroeste.

O governo de Ratinho Jr já anunciou o plano de “revitalização e modernização” de novas ferrovias no estado com o objetivo de trazer rapidamente as cargas do Oeste do Paraná até o porto de Paranaguá. Além disso, o objetivo ainda mais ambicioso é a construção de uma ferrovia de 1,5 mil quilômetros para ligar a região de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Litoral do Paraná. 

A obra poderá se tornar o principal corredor de exportação do Sul do Brasil, e contará, sem dúvida, com a participação de empresas privadas. Em maio de 2023, o coordenador do Plano Ferroviário Estadual, Luiz Fagundes, apresentou este projeto à Kirkoswald Asset Management, uma empresa especializada em gestão de ativos. De acordo com os dados divulgados pelo portal Fintel, o fundo de investimento teria quatro participações, incluindo uma na BlackRock Institutional Trust Company NA.

A empresa faz parte do universo da BlackRock, o fundo trilionário americano que já adquiriu o 15% da Copel e o 5% da Sanepar. Na mesma ocasião, os representantes do governo do Paraná também se reuniram com funcionários da XP Investimentos a principal corretora de valores do Brasil para ajudar na divulgação do projeto então na busca de outros fundos de investimentos interessados em investir nas ferrovias do Paraná.

Até o momento, não se sabe se a BlackRock passará a fazer parte da Ferroeste, mas a tentativa do governo de encontrar investidores estrangeiros está bastante documentada. Já em maio de 2021, em uma reunião no Palácio das Araucárias, o Grupo de Trabalho do Plano Ferroviário Estadual se reuniu com a diretora da filial brasileira do UKEP – UK Export Finance, Maria Angelica Luquez.

O assunto principal foi a possibilidade de uma participação deste fundo de investimento inglês na realização da obra. De acordo com as regras básicas do projeto divulgadas pelo governo, o investidor privado que ganhará a licitação, aliás, será responsável pela construção da inteira obra. Por outro lado, a gestão desta ferrovia será dividida entre cinco concessionárias, que participarão de um leilão para obter uma concessão de até 99 anos.

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