A Câmara de Curitiba retoma suas atividades na próxima semana com um mais um assunto irrelevante em pauta: uma disputa entre o ex-presidente Lula e a atual primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Os dois foram indicados para receber o título de Cidadão Honorário de Curitiba, uma das principais honrarias concedidas pelo Legislativo a pessoas que não nasceram aqui.
A vereadora-suplente Ana Júlia Ribeiro (PT), que ficou um único dia no mandato em julho, apresentou uma proposta para conceder ao petista – que é candidato à presidência este ano – o título. Ribeiro assumiu como suplente no lugar do vereador Renato Freitas que teve seu mandato cassado (por incompetência em notificá-lo no prazo correto, a Câmara terá de votar sua cassação em plenário novamente).
Depois disso, a vereadora Flavia Francischini (União), cujo marido, Fernando Francischini (União), teve o mandato de deputado estadual cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apresentou outro projeto, pedindo a entrega do título de Cidadã Honorária a Michelle Bolsonaro.
Os dois projetos serão lidos no Pequeno Expediente da Sessão Ordinário do dia 1º de agosto, uma parte inicial obrigatória do trâmite de proposições na Casa.
Depois disso, ambos projetos irão consumir horas de trabalho nas comissões da Casa, onde serão analisados e discutidos para determinar se as iniciativas cumprem os pré-requisitos legais e de relevância para concessão da honraria. Os critérios para a concessão do título estão Lei Complementar 109/2018, que disciplina todas as homenagens da Câmara.
Justificativas
O projeto de Francischini foi apresentado na Câmara quatro dias depois do de Ana Júlia. A justificativa? Além de listar o status marital de Michelle Bolsonaro, seu envolvimento com programas do Governo Federal e a Igreja Batista Atitude, Francischini informa que, em relação a Curitiba, a possível homenageada esteve “na entrega de 222 carros e 15 micro-ônibus do Sistema Único de Assistência Social (Suas), beneficiando 167 municípios paranaenses”.
Por outro lado, Ana Júlia justificou sua proposta de homenagem à Lula com base em realizações de seus dois mandatos como presidente (a fonte é o site do PT). “A relação de Lula com Curitiba se intensificou ainda depois de que ele deixou a Presidência, quando ficou injustamente preso nesta capital por 580 dias como resultado de uma ação judicial com clara intenção política, comandada pelo juiz que, após tirá-lo do pleito eleitoral de 2018, beneficiou-se com o cargo de Ministro do Governo eleito na sua ausência”, informa.
Ribeiro também diz que a cidade deveria homenageá-lo por conta de ter sido “tão beneficiada pelos seus Governos”.
Como os apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro, têm maioria na Câmara, o resultado desse embate é previsível. A homenagem a Lula deve chegar ao plenário, mas ser derrotada, enquanto a de Michele Bolsonaro será aprovada. Previsível também que nenhum dos dois dará menor importância ao embate em Curitiba, e o desperdício de tempo e recursos da Câmara não será justificado.
Sobre o/a autor/a
duelo patético. esses vereadores não tem mais o que fazer com o tempo deles? os tempo QUE A GENTE PAGA PRA ELES? bando de desocupados! Ana Julia toda feminista usou as poucas horas dela como vereadora pra homenagear um homem. PA -TÉ- TI- CA!
Não entendo o povo do Paraná, tantos beneficios Lula trouxe para o estado nos seus dois mandatos e esses vereadores não inxergam com os olhos, mas sim com as viceras podres, tipica de aliados do seu representante mor.
Delírio, fanatismo e idolatria estão presentes nos dois lados. Nem dá pra dizer “na esquerda”, pq o PT se fosse de esquerda nunca teria escolhido o Alckmin pra vice.
Vamos mudar isso? NUNCA votem pra Ana Julia Ribeiro ou pra Flávia Francischini. Desperdício de tempo no legislativo. Não é pra isso que a gente paga salário de vereador! Tomem vergonha na cara!
“Mulher vota em mulher” … e que sejam mulheres de bom senso, não essas paquitas pra homens companheiros políticos.
Esses tipos de decisões deveriam ser feitas pela população de Curitiba. O TSE/TRE-PR poderia usar o código aberto do DECIDIM e a gente de Curitiba que votaria. Honrarias, inclusive nomes de bens públicos, tem que ser decidido pelo povo.