Curitiba tem quase duas dezenas de candidatos. Mas quem chega até o final?

Lançar pré-candidatura é fácil e traz benefícios. Mas quem deve disputar votos de verdade? O Plural faz um balanço da disputa até aqui

Dizer que é pré-candidato a prefeito é fácil e tem várias vantagens. Um deputado ou uma vereadora, por exemplo, se tiver algum cacife e se lançar ao cargo, sabe que no mínimo conseguirá duas coisas: primeiro, exposição na mídia, o Santo Graal da política hoje; segundo, a chance de negociar a candidatura mais à frente quando a conversa for para valer, e com isso conseguir cargos e benesses para seu mandato.

Por isso, enquanto a campanha de verdade não chega, é normal que haja dezenas de pré-candidatos, como acontece hoje em Curitiba. Os institutos de pesquisa nem colocam todos na roda, sabendo que muitos vão desistir pelo caminho. E cabe aos articuladores “limpar o caminho”, trazendo para seu lado os candidatos que não estavam afinal tão dispostos a chegar até o dia da votação.

O Plural faz a seguir um breve balanço de como está a situação hoje e de quem pode desistir no meio do caminho.

Eduardo Pimentel: Se tem uma candidatura certa na cidade parece ser esta. Escolhido por Greca e Ratinho como candidato do grupo, Eduardo Pimentel conta desde já com a máquina de comunicação da Prefeitura e dificilmente desistirá.

Luciano Ducci: Essa parece outra candidatura destinada a ir até o final. O ex-prefeito trabalhou duro para ser o principal opositor de Pimentel com uma chapa de centro-esquerda que pode incluir toda (ou quase toda) a base de Lula, incluindo o PT.

Ney Leprevost: O deputado mostrou em 2016, quando chegou ao segundo turno, que tem potencial. Mas precisa se viabilizar na disputa de bastidores. Em 2020, Ratinho passou uma rasteira nele ao pedir que desistisse para apoiar Greca. Agora, aparece como candidato da Lava-Jato, por ter se aliado com Sergio Moro, mas pode perder esse posto para Deltan Dallagnol.

Deltan/Fernanda Dallagnol: Deltan diz que é candidato. Mas provavelmente vai ser cassado pela Justiça Eleitoral, que já cassou sua candidatura a deputado federal. A alternativa seria lançar sua esposa, Fernanda. Mas não há como saber se ela se viabilizaria.

Beto Richa: Essa é uma candidatura improvável. Aparentemente, o ex-governador, preso três vezes depois de sair do poder, está apenas testando a temperatura da água. Hoje é deputado federal e dizem que se sente profundamente insatisfeito com sua posição de pouco poder em Brasília. De certo modo, não tem nada a perder e tem o partido, o hoje pequeno PSDB, a seu dispor.

Carol Dartora: A deputada federal arrebentou nas urnas, mas o PT deve rifar sua candidatura para apoiar Ducci. As ordens são de Brasília, para tentar aumentar a base de Lula. Mas Dartora não parece se dar por vencida, pelo menos por enquanto.

Zeca Dirceu: Também diz ser pré-candidato pelo PT, mas não parece levar a possibilidade muito a sério.

Andrea Caldas: Essa é uma candidatura pequena mas séria. O PSol jamais iria com Luciano Ducci, nãqo tem um candidato do PT para apoiar e tem tradição de lançar nomes em Curitiba. Parece que a professora Andrea Caldas é a bola da vez.

Goura: Segundo lugar na campanha de 2020, ficou em situação mais difícil neste ano. Com o acúmulo de candidaturas, talvez não tenha como sustentar uma aposta solitária do pequeno PDT. Dizem que pode ser vice de Ducci.

Paulo Martins: O nome da ultra-direita na disputa, teria apoio de Bolsonaro e dos bolsonaristas. No entanto, se houver a chance de concorrer à vaga de Sergio Moro no Senado, não há dúvida de que será essa sua preferência. Não foi à toa que seu partido entrou com a ação contra o senador.

Luizão: O deputado foi um fenômeno de votos em PÇinhais e sonha em ser prefeito de Curitiba. Perdeu credibilidade, porém, ao abrir mão da candidatura em favor de Greca em 2020. Muita gente acha que vai fazer o mesmo agora.

Indiara Barbosa: A vereadora seria uma boa aposta do Novo e disse estar disposta a concorrer. Mas a entrada de Deltan no páreo acaba praticamente com suas chances.

Maria Letícia: Era a candidata do PV, mas depois da prisão por supostamente dirigir embriagada provavelmente vai ser escanteada,

Maria Victoria: Seu pai, Ricardo Barros, é o grande mestre de lançar pré-candidaturas para depois trocar por benesses. A pré-candidatura não deve prosperar.

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3 comentários em “Curitiba tem quase duas dezenas de candidatos. Mas quem chega até o final?”

  1. A matéria, embora boa, não está completa, pois omitiu o nome de pré-candidato pelo PT, Felipe Mongruel – Magal, da análise. Resta saber se foi proposital ou falha da redação.

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