Startups escolhem Curitiba por causa de logística e incentivos locais

Cidade está entre as mais propícias para startups na América Latina, segundo relatório Startup Ecosystem Index Report 2023

Curitiba é uma das cidades mais propícias para as startups na América Latina, de acordo com o Global Startup Ecosystem Index Report 2023. No Brasil, à frente da capital paranaense, está apenas São Paulo. Entre os fatores que atraem novas empresas para cá estão os incentivos locais e a logística.

O relatório também traz uma escala global, na qual Curitiba ocupa a 140ª posição. Figurar como “ecossistema emergente” no relatório demonstra alto potencial para ter melhores desempenhos globais nos próximos anos.

O ambiente favorável passa pelo Vale do Pinhão, programa criado pela prefeitura com parcerias com universidades, incubadores e aceleradores. De acordo com a Agência de Desenvolvimento e Inovação de Curitiba, há 604 startups mapeadas na cidade.

Os dados mostram que a pandemia da covid-19 fez com que as empresas tivessem que reconfigurar os modelos de negócio por conta das medidas de segurança sanitária. Houve um boom de 368% entre 2019 e 2022.

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Entre 2019 e 2020, o número mais do que duplicou em Curitiba, de 164 para 422 startups entre um ano e outro. Em 2021, o mapeamento registrou 459 startups na cidade, que ganhou mais 145 empresas, chegando às 604.

Saúde

Uma dessas empresas, a Doctoralia, surgiu durante a pandemia de covid-19, quando ocorreu a flexibilização do teleatendimento na medicina. A plataforma de agendamento de consultas opera em 13 países e mantém escritório em Curitiba desde 2017. Atualmente, são 650 funcionários no Brasil – a maioria está na capital do Paraná.

A teleconsulta, potencializada pelas restrições, não teve tanta resistência dos pacientes. A empresa foi uma das primeiras a disponibilizar a modalidade e quando as coisas foram voltando ao normal, as consultas remotas já tinham virado hábito.

“A aceitação foi altíssima. O app para pacientes entrega gestão de saúde na palma da mão. A pessoa tem acesso aos dados da sua consulta, pode subir dados de exame de maneira segura e confiável, o que permite fluidez melhor”, explica o CEO Cadu Lopes.

As operações pós-pandemia chamaram atenção para Curitiba, que agora é a matriz da operação da empresa para o Brasil, Chile e Peru, e há vagas de emprego abertas para fluentes em espanhol ou nativos de países falantes do idioma.

Outro ponto importante para a Doctoralia é a logística. Curitiba está perto dos grandes centros e oferece boa mobilidade tanto na cidade quanto para outras localidades.

Do Espírito Santo para o Paraná

Entre outros indicadores, a mobilidade também foi fator primordial para que o aplicativo V1 expandisse as atividades iniciadas no Espírito Santo para o Paraná. A cidade escolhida foi Curitiba.

Atualmente a empresa, que integra o Grupo Água Branca, tem operações no Mercosul para assinatura de carros. No Brasil, além do Espírito Santo, Curitiba também tem o serviço de aluguel e assinatura de carros online desde 2021.

“É uma cidade propícia para mobilidade e tem boa infraestrutura. Estudamos 12 indicadores para escolher a cidade para a expansão e além da mobilidade, também nos chamou atenção a densidade demográfica e a segurança jurídica”, destaca o diretor de Negócios do V1, Leonardo Balestrassi.

As restrições impostas pela pandemia também criaram novos hábitos de deslocamento. Muita gente preferiu trocar o transporte público pelo privado para evitar as aglomerações. “Com o app não há contato físico e não trabalhamos com terceiros. Então a pessoa escolhe o veículo direto no aplicativo. Também fazemos a limpeza entre a devolução e a retirada por um novo cliente”, explica.

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A empresa, cujo faturamento de 2022 foi de R$ 100 milhões, teve aumento de frota de 20% em dois anos. Em Curitiba, são 500 veículos disponíveis para retirada em 15 pontos da cidade, geralmente em lojas parceiras.

Segundo a Secretaria de Obras de Curitiba, desde 2017 foram realizadas ações de pavimentação em 1,5 mil ruas, dentro de um programa chamado “Asfalto Novo”, que pretende pavimentar 891 mil metros na cidade.

Essa também é uma preocupação da V1, por conta da manutenção dos veículos. “Como há uma boa malha viária na cidade conseguimos reduzir os custos de manutenção dos veículos. Além disso, Curitiba é uma cidade que aceita o novo”.

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