O fundo de investimento americano BlackRock, Inc comprou 5,1% de ações da Sanepar, a empresa estatal paranaense responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto no estado. A informação sobre a participação acionária relevante do fundo na empresa foi comunicada aos acionistas da Sanepar em comunicado na última quarta, dia 25 de outubro.
Segundo o documento o fundo chegou a um total de 51.431.703 ações preferenciais da Sanepar, das quais “7.568.247 são ações preferenciais e 10.965.864 Units, representativas de: (a) 10.965.864 ações ordinárias e; (b) 43.863.456 ações preferenciais. A BlackRock informa, ainda, possuir 8.544.538 instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações preferenciais com liquidação financeira, representando aproximadamente 0,848% do total de ações preferenciais emitidas pela Companhia”.
O fundo BlackRock é o maior fundo de gestão de ativos do mundo, com US$ 9,57 trilhões sob sua responsabilidade. A título de comparação, o Produto Interno Bruto do Brasil é estimado em USD 1,6 trilhões, quase seis vezes menor que o controlado pelo BlackRock. O o volume de recursos e o poder acionário controlado por fundos como este foi alvo de um relatório do American Economic Liberties Project que pede mais regulamentação para o setor.
“A presença descomunal de algumas grandes empresas financeiras representa novos desafios para a governabilidade da América corporativa, a competitividade da nossa economia, a concentração do poder político e a estabilidade dos mercados financeiros”, diz o relatório. “O seu poder sobre serviços críticos… aumenta tanto a sua importância sistémica como a influência que têm no mercado financeiro”, continua.
Atualmente a Sanepar é uma empresa de capital aberto cujo maior acionista, com 60% das ações com direito a voto, é o Governo do Paraná, que recentemente privatizou a Copel.
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No filme Horas de Desespero, uma empresa monopoliza a água. A população sofre. Rompe uma revolta contra essa situação. O Serviço Público é sensível à população, então, é necessário ter um mecanismo de proteção às necessidades da população. O olhar futuro das privatizações não é de conforto ao todo da população. Ais poucos, aquilo que faz parte da necessidade básica de sobreviver se distância com base no lucro dos acionistas.