Empresa paranaense aposta na inovação digital para aumentar eficiência de produção

A Ibema participa do projeto BRDE Labs para implementar melhorias no processo de produção com apoio de startups paranaenses

Uma das maiores fabricantes de papel-cartão da América Latina, a empresa paranaense Ibema, foi selecionada para participar do programa do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), o BRDE Labs 2021, a partir do qual irá implementar soluções de produção propostas por startups do Paraná.

O processo integra um projeto de transformação digital da Ibema, que tem fábricas em Turvo, no Paraná, e Embu das Artes, São Paulo, além de escritório e centro de distribuição em Curitiba.

Criado com o objetivo de acelerar o desenvolvimento do ambiente de inovação na Região Sul e fomentar projetos em nível estadual, o BRDE Labs teve 177 startups inscritas em 2021. Na edição do ano passado, as startups apresentaram propostas para nove empresas âncoras, que testaram as soluções dentro do próprio sistema. Até o momento, dois contratos foram assinados e sete estão em fase de negociação.

Em parceria com a Hotmilk, aceleradora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o BRDE Labs 2021 visa unir empresas e startups no desenvolvimento de tecnologias baseadas no conceito de inovação aberta. “A aproximação da indústria das instituições de ensino e startups é fundamental para resolver problemas e gerar parcerias de ganho mútuo”, pontua Débora Botini, gerente da Ibema.

Após a adesão ao programa, a Ibema precisou seguir três etapas: o lançamento dos desafios para inovação aberta de soluções, a transformação cultural interna e a definição das estratégias de inovação. “Queríamos que todos os envolvidos entendessem a fundo o desafio, para abordar a solução da melhor forma e engajarem-se em sua implementação”, conta Danilo Torres, gerente de Tecnologia da Informação (TI) da Ibema, área da empresa que avançou mais rapidamente no processo.

Além da contratação da AgiDesk em dezembro, que desenvolveu uma plataforma de recebimento e centralização das demandas da Ibema, outras duas startups estão sendo avaliadas para uma possível parceria com a companhia paranaense nas áreas de logística reversa (processo que visa o direcionamento dos materiais pós-consumo para a reciclagem ou obtenção de energia) e segurança do trabalho.

Segundo Torres, a Ibema tem planos de investir R$ 20 mil por ano para implementar as soluções das startups, que já começaram a dar resultado para a empresa.

“Apesar de ainda estarmos no início dessa captura, a expectativa é de terminarmos o ano de 2022 com ganhos de produtividade na ordem de R$ 28 mil/ano ou 960 horas de trabalho/ano, se considerarmos todas as pessoas envolvidas no processo. E, num futuro breve, queremos ampliar estes ganhos, já que a solução implantada possui recursos de automatização de tarefas e integração de sistemas.”

Danilo Torres, gerente de Tecnologia da Informação (TI) da Ibema.

Apesar de não haver perspectiva de criação de novos empregos durante ou após o processo no BRDE Labs, o gerente de TI da Ibema afirma que há uma melhor utilização da mão de obra pelo fato da empresa direcionar as atividades a tarefas que agregam mais valor e são menos repetitivas ou meramente operacionais.

Inovação aberta

O conceito de “open innovation” (inovação aberta, em português) foi criado para ampliar as maneiras pelas quais uma empresa pode se desenvolver internamente. 

O termo foi cunhado pelo professor e pesquisador da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, Henry Chesbrough, que em 2003 publicou o livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology” (Inovação Aberta: O novo imperativo para criar e lucrar com a tecnologia, em português). 

Na obra, Chesbrough define inovação aberta como sendo o uso de fluxos de conhecimento internos e externos para acelerar a inovação interna e expandir os mercados para o uso externo de inovação, respectivamente.

“A inovação aberta envolve a redução de custos, sem a mentalidade do segredo industrial, e traz grande sinergia entre empresas consolidadas e iniciantes. Todos saem ganhando.”

Débora Botini, gerente da Ibema.

Ao contrário da concepção tradicional de inovação, em que as ideias, pesquisas e o desenvolvimento do produto ou serviço são feitos internamente e só depois apresentados ao mercado, a inovação aberta promove a colaboração entre pessoas, organizações e órgãos públicos externos à empresa na criação de novos produtos e serviços.

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