O menino Evandro Ramos Caetano desapareceu em 6 de abril de 1992 em Guaratuba, litoral do Paraná. O corpo foi encontrado cinco dias depois, em um matagal da cidade.
Inicialmente, sete pessoas foram acusadas pelo crime: Airton Bardelli dos Santos; Francisco Sérgio Cristofolini; Vicente de Paula; Osvaldo Marcineiro; Davi dos Santos Soares; Celina Abagge; e Beatriz Abagge.
As investigações da polícia apontaram que a criança foi morta em um ritual supostamente encomendado por Celina e Beatriz, esposa e filha do então prefeito da cidade, Aldo Abagge.
O caso teve cinco julgamentos diferentes. Um dos júris, realizado em 1998, foi considerado o mais longo da história do judiciário brasileiro, com 34 dias.
Na época, Celina e Beatriz chegaram a confessar o crime, mas depois alegaram que tinham sido torturadas pela polícia para admitirem participação no ritual.
Em um trabalho documental do projeto humanos, iniciado há cinco anos e que depois virou série na Globoplay, o jornalista Ivan Mizanzuki conseguiu a íntegra das fitas com as confissões, provando que elas foram obtidas sob tortura.
Em novembro do ano passado, a justiça anulou algumas condenações, reconhecendo as torturas e outras falhas no processo. O ministério público recorreu dessa decisão. resumindo, a promotoria diz que a revisão não é válida porque não teve a chance de contestar as novas provas.
O Caso Evandro é o tema do nono episódio do Direito no Plural. A conversa é com o advogado Antônio Figueiredo Basto, que atua no caso.