A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comparando as ações do governo de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, provocou reações intensas no Brasil e no exterior. A fala ocorreu em viagem oficial à Etiópia, no final de fevereiro, mas ainda hoje vem gerando intensos debates, já que o presidente não voltou atrás na posição.
Além de classificar as mortes de civis em Gaza como genocídio, Lula criticou países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região. Por fim, disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.
Após o episódio, o governo israelense declarou Lula persona non grata, levando o Brasil a convocar seu embaixador em Tel Aviv. O Instituto Brasil-Palestina expressou total solidariedade ao presidente brasileiro, defendendo a comparação entre as ações de Israel e o Holocausto. Em contrapartida, a Confederação Israelita no Brasil condenou a fala, considerando-a uma “distorção perversa da realidade”.
A reação se estendeu à oposição no Congresso Nacional, onde deputados buscam apoio para um pedido de impeachment, enquanto o PT defende Lula, chamando os opositores de golpistas.
O novo episódio do podcast Direito no Plural entrevista o especialista em Direito Penal Internacional, Rui Carlo Dissenha. Ele aborda o conceito jurídico de genocídio, o papel das Cortes Internacionais e as diferenças entre os conflitos em Gaza e na Ucrânia, além de analisar o impacto das declarações de Lula no cenário internacional.