Curitiba ganha um novo selo musical

"Volts" quer desengavetar projetos enquanto explora o mercado da música

“Conheço muito repertório que está dentro de gaveta aí e nunca conseguiu ser arranjado, produzido, lançado…”, diz o empresário e produtor, Marcelo Crivano – o idealizador do selo musical “Volts”. O projeto saiu do papel em 2020 com o lançamento do EP “Vestígios”, da banda curitibana “Criaturas”.

A ideia do selo, e a paixão por música, no entanto, são antigas. Crivano trabalhou, nos anos 2000, com a banda Relespública, e há três anos queria voltar aos estúdios. “Desenvolvi uma vida profissional longe da música, mas também nunca abandonei as amizades, o círculo”, afirma o empresário que tira seu sustento, hoje, de outras empresas.

Cercado de amigos, Crivano quer “brincar” de música enquanto desbrava o caminho para fazer do selo um negócio rentável. “Vamos ver se eu fico de pé, se eu não desisto”, brinca. 

Ao centro, Crivano acompanha a gravação do primeiro lançamento do selo que idealizou. Foto: Divulgação

O plano é lançar as produções artísticas que andam engavetadas, enquanto explora as múltiplas possibilidades do meio. Do marketing fora do país, ao uso das gravações em trilhas sonoras de séries e afins. “Acho que o mercado hoje tem possibilidades que eu não conheço direito, mas que consigo sentir que estão por aí”.

O surgimento de um selo

O nascimento da Volts em 2020 veio da urgência de gravar o EP do “Criaturas”, já que parte da banda – o casal Xanda Lemos e Bruno Zagonel – mora nos Estados Unidos e estava apenas de passagem por Curitiba.

“Acho que foi esse chacoalhão que eu precisava. […] Não é fácil produzir, ensaiar…”, afirma o empresário, que já tinha, há dois anos, a parte burocrática do projeto toda pronta.

Da experiência de vinte anos atrás, Crivano traz uma série de incômodos – que espera conseguir resolver, ou pelo menos explorar, com a Volts. “Eu nunca consegui obter nenhum relatório de vendas, de nada”, diz ao relembrar que até hoje não tem notícias do que aconteceu com os CDs produzidos na época.

A burocracia por trás do mercado musical e o funcionamento desse meio são outros aspectos nos quais o empresário busca mergulhar. Crivano acredita que da mistura de sua experiência anterior com as possibilidades do mundo digital, pode encontrar as respostas que procura. “Eu só não sei o caminho ainda. Para saber o caminho vou precisar fazer essas tentativas”, afirma.

A Volts é um experimento: parte de algumas hipóteses, com uma série de questionamentos, e sem saber exatamente aonde vai chegar. A única certeza é que, enquanto houver combustível para queimar, o selo deve desengavetar algumas boas surpresas.

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