“Me tirar da solidão” está no catarse para desbancar preconceitos musicais

Livro de João Varella defende o disco “Banda Eva Ao Vivo” como um dos grandes álbuns da MPB

Um dos discos brasileiros de maior sucesso em todos os tempos, “Banda Eva ao Vivo” nunca desfrutou do mesmo prestígio junto aos críticos. Lançado em 1997, quando a cantora Ivete Sangalo ainda fazia parte do grupo, o disco vendeu mais de 2 milhões de cópias e rendeu um dos grandes hits daquele ano, “Arerê”. E, mesmo assim, dificilmente se consideram os atributos artísticos do álbum, muitas vezes tido como descartável e comercial. O livro “Me tirar da solidão” (ou como aprendi a amar Banda Eva Ao Vivo), escrito pelo jornalista e editor João Varella, vai na contramão dessa ideia.

Até o dia 16 de setembro, o livro “Me tirar da solidão” está em campanha de financiamento coletivo na plataforma Catarse. Caso a campanha seja bem-sucedida, a publicação deve ocorrer em novembro. Para saber mais e apoiar, clique aqui.

“Me tirar da solidão”

Varella, que também é sócio-fundador da editora paulistana Lote 42, partiu do que considera uma injustiça da crítica cultural brasileira para com as manifestações populares, de maneira geral, a com a axé music em específico. “’Banda Eva ao Vivo’ não tem o devido reconhecimento, é uma empolgante batalha morro acima”, diz o autor.

O jornalista João Varella quer corrigir o que considera uma injustiça da crítica cultural brasileira. (Foto: Divulgação)

Elitismos

Para ele, preconceitos e elitismos musicais barram o disco entre os grandes trabalhos da MPB – lugar que, segundo Varella, o álbum deveria frequentar. “A isso, você soma o fato de a crítica musical não gostar de álbum ao vivo, embora a população brasileira adore.”

Por meio de uma narrativa fluida, divertida e com toques autobiográficos, o autor faz uma análise profunda sobre como cedemos a pressões sociais e muitas vezes sufocamos o simples prazer de curtir uma canção, um álbum ou um gênero musical. Varella disseca as entranhas da axé music como fenômeno cultural, traça um perfil da cantora Ivete Sangalo como estrela pop e levanta questionamentos sobre o que é, afinal, “bom” ou “mau” gosto.

Sound + Vision

O livro é o terceiro volume da coleção Sound + Vision, iniciada pela Editora Barbante em 2019. Organizado no formato faixa a faixa, cada livro tem formato de bolso e se debruça sobre um álbum específico em duas frentes: o texto do autor é acompanhado de imagens feitas por artistas visuais convidados, que traduzem graficamente as músicas de cada disco. Quem ilustra “Me tirar da solidão” é o multiartista Conde Baltazar.

Detalhe da capa do livro. (Foto: Divulgação)

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