Feitiços curitibanos celebram o aniversário de Harry Potter

Em julho, a cidade capricha no sotaque leite quente para lançar um "Wingardium Leviosa" no coração dos potterheads

Os apaixonados pelo bruxinho mais pop de todos os tempos já devem com suas varinhas apostas e feitiços na ponta da língua. É que Harry Potter faz aniversário no dia 31 de julho. O menino herói, que cresceu na escola de magia de Hogwarts e enfrenta os poderes malignos de Voldemort, faz 43 anos em 2023. 

A data é celebrada em Curitiba com atrações que levam às alturas o coração dos potterheads (nome do séquito de fanáticos pelo personagem), dá quase para ouvir um “Wingardium Leviosa” na hora de escolher qual o melhor programa. Para ajudar você a comemorar, o Plural conta como são duas das opções que deram uma curitibanizada no enredo dos livros de J. K. Rowling, tem diversão garantida para os minifans e também para os que já são bem grandinhos.

1. Espetáculo “Expresso do Bruxo”

É fácil embarcar nessa história. Tudo começa numa estação de trem. Ah, tem muito lugar por aí para tirar fotos em simulações da plataforma 9 ¾. É, mas aqui a primeira sacada é que rola um minipasseio de verdade, e isso já deixa a galerinha encantada. 

Aqui a comprovação do sucesso veio com os olhinhos – atentos a tudo – de um menino prestes a completar oito anos. “Achei muito legal, porque foi minha primeira viagem de trem.” A opção é interessante para quem tem filhos pequenos, pois o trajeto de Curitiba até Morretes dura mais de três horas, nem sempre os piás e gurias têm paciência para tanto.

E não é só o passeio, tem uma peça de teatro dirigida por Diego Ramiro. Ao chegar, os potterheads são divididos em duas casas da escola de bruxaria de GreenRidge (dá para traduzir livremente como “Serra Verde”, coincidentemente o nome da empresa administradora dos trens), a Gralha Zulis e a Capivarius. O teatro começa ainda na plataforma da estação ferroviária, decorada com brasões dos dois times, quando todos são recepcionados pelos atores da peça e logo começa um prólogo num palquinho. 

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Clímax 

Em seguida, todos partem para o embarque. A ação continua dentro dos vagões que precisam atravessar um portal na Floresta Sombria para levar os novos estudantes até a escola de bruxaria. É preciso canalizar a magia de todos ali para cumprir a missão. Claro que tem algo inesperado, uma parada que não estava prevista. Enquanto os personagens tentam descobrir o que está acontecendo, a gurizada vibra. “Eu vi algo estranho!”, responde o menino para Sarah, uma das alunas veteranas, interpretada por Monique Benoski. Eles continuam o papo e ela explica que ele deve ser um bruxo poderoso porque também frequenta uma escola de “dolangue, dessas pessoas que estudam português, matemática…”

A ideia não é contar tudo, então vale pular para o ponto alto do enredo, ou melhor, dos efeitos especiais. Ao retornar para a plataforma, rola uma batalha de magia, com direito a varinhas soltando raios para os aspirantes a bruxinhos ficarem de queixo caído. É no retorno que estão as outras atrações, umas mais fiéis aos livros e filmes de Potter, outras nem tanto. Tem aula de bruxaria comandada pela professora Agnes (Marina Gobetti), junto com o professor Xaco (Adan Berlesi), dá para comprar drinques coloridos que soltam fumaça (alcoólicos ou não), tem banda tocando ao vivo (com até uma piscadinha para a plateia no início da história, com jeitão de easter egg), aula de arco e flecha, adivinhação com ar de tarô, e muitos, mas muitos espaços instagramáveis.

Para a minha surpresa, o maior encantamento por aqui foi com o arco e flecha. Não lembro disso no mundo do Harry Potter, contudo precisamos repetir a experiência três vezes de tanto que o menino gostou. A fila meio desorganizada prejudicou o aproveitamento da aula de poções, já os drinques resultaram num “uau!”. Ainda foram inúmeros os cliques em frente a painéis como o que simula o jornal com foto de “bruxo procurado”. 

A dica para quem embarcar nessa é comprar seu ingresso para um dos dois primeiros vagões (esses são temáticos e lindos). Ficamos no terceiro, que não é decorado de acordo com a proposta, ali a magia é bem mais fraca. O visual para quem senta no lado oposto ao embarque é outra coisa para lembrar, muito mais bacana. Vale chegar bem cedo para comprar comida e bebida. Perto do espetáculo começar, tudo fica um pouco confuso e aparecem as filas, além de que os mais grandinhos nem sempre se tocam que dá para privilegiar os pequenos – sem perder nada do show.

2. “Capi Potter”

A “Capi Potter” não é um espetáculo (nem contém um), se define como uma experiência e, neste ano, chega a sua terceira edição. É meio que um evento imersivo, pensado para agradar aos fãs fervorosos do Harry Potter. 

A ideia é proporcionar alguns momentos em um mundo saído da ficção estrelada pelo bruxo, mas com aquele sotaque forte de Curitiba. Tudo acontece em um bar, o Shinobis – Pop Culture and Food, tem sessões à noite e também à tarde durante o fim de semana (ou seja, dá para ir quando se reúnem os potterheads maiores ou nos dias em que é mais fácil programar algo com a piazada). 

Brindes

A coisa toda começa com um cenário instagramável da plataforma 7 ¾ (não é um erro de digitação, ali o número é esse, parece uma brincadeira com o endereço real do lugar). 

Depois começa a distribuição dos brindes que atiçou a turma: compreende carta de admissão com lacre de cera personalizado, moeda mágica do Cury Banco, ticket da plataforma, ticket do busão mágico, bóton, caneca e até uma varinha com cabo em formato de pinhão. Ponto para a criatividade dos organizadores.

Em seguida, tem a passagem pelo chapéu seletor que vai dividir os presentes entre as casas Capinória, Quero Querina, Tatu-Tato ou Azureinal. 

Aula de poções

“Aí, você coloca uma coisa e ‘pow’!” O feitiço de mais sucesso durante a experiência toda é, sem dúvida alguma, a aula de poções. Quem segue as instruções do professor para misturar vários ingredientes (saídos de garrafinhas de vidro com a maior cara de elementos mágicos), faz – com os próprios poderes e a ajuda de um conta-gotas – um refrigerante. 

Tem todo um suspense durante o passo a passo e, para completar, a bebida pronta brilha e solta fumaça. “A minha ficou 4D”, disse o menino ao ver. Imagine só?!

Ainda na hora da comida, tudo é inspirado em Hogwarts. Tem hambúrguer acompanhado por cerveja amanteigada com ou sem álcool (o visual é ótimo, o sabor é meio difícil), mas quem rouba a cena é a sobremesa. Ela, com sorvete e uma miniatura de chapéu seletor de chocolate, vira a estrela das fotos. Todos acabam fazendo um clique quando estão prestes a saborear a iguaria. Não deu para registrar a opinião do meu filho, ele estava de boca cheia.

Poderia ser melhor? Sim. Falta uma opção no cardápio prevendo os gostos e o tamanho dos estômagos infantis e, no dia em que fomos, houve uma demora difícil de administrar com crianças. Mesmo assim, “foi bem legal”.

Serviço

“Expresso Bruxo”

Aos sábados, em julho, das 20h às 23h, partida na Estação Rodoferroviária de Curitiba (Av. Presidente Affonso Camargo, 330 – Jardim Botânico). Preço a partir de R$ 90 (meia-entrada ou entrada solidária para doadores de 1kg de alimento). Ingressos e outras informações, aqui.

Experiência “Capi Potter”

De 22 de julho até 6 de agosto, nos sábados e domingos, às 16h; nas quartas e quintas, às 20h, no Shinobis – Pop Culture and Food (Rua Dr. Faivre, 507 – Centro). O preço é R$170 (no fim de semana) e R$150 (nas quartas e quintas-feiras). A duração é de 1h30. As reservas podem ser feitas pelo WhatsApp (41) 98836-9385. Outras informações, aqui.

Colaborou Leonardo de Melo Ogassawara.

Potter
Leonardo de Melo Ogassawara conversa com a atriz Monique Benoski, do elenco do “Expresso do Bruxo”; ao fundo, outros fãs de Harry Potter. (Foto: Luciana Nogueira Melo/Plural)

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