Escola de escrita referência no Brasil retoma atividades presenciais em Curitiba

Escola tem desde oficinas de 3h, ministradas em uma noite, até cursos programados para durar um semestre

Jornalistas, advogados, neurocientistas ou produtores de conteúdo digital: todas as pessoas que trabalham com escrita ou escrevem são o público da Esc. Escola de Escrita, criada por Julie Fank, escritora e professora graduada em Letras e doutora em Escrita Criativa pela PUCRS. Depois de uma interrupção por conta da pandemia, o espaço volta a ter aulas presenciais. Simbólico, o novo endereço escolhido é a Praça Osório, 379, próximo ao também conhecido espaço da “Boca Maldita”, famoso ponto de discussões políticas, eventos culturais e manifestações.

A história da Esc. Escola de Escrita se confunde com as de mais de quatro mil alunos de todo o Brasil que passaram pelas suas três sedes nos últimos nove anos, ou mesmo pelas telas durante aulas on-line, período que possibilitou a participação de pessoas também de outros países. O curso principal é o de Escrita Criativa, área do conhecimento já tradicional em países com mercado editorial mais estabelecido e que se consolidou no Brasil nos últimos anos. 

“Costumo falar que a Escola de Escrita é pra quem escreve literatura e ainda não contou pra ninguém ou pra quem ainda não escreve e já contou pra todo mundo que quer ser escritor. A pessoa pode aprimorar a escrita profissional ou experimentar a escrita artística e literária. Além disso, é para quem busca escrever para fins específicos, como conteúdo para redes sociais e redações para concursos e vestibulares”, explica Julie, que é professora de parte dos cursos da grade da Esc.

Em 2023, a programação de cursos contempla desde os de curta duração, com carga horária de 3h e ministrados em uma noite, aos de média duração, com 36h e programados para durar um semestre. Eles reúnem a escrita nas suas diversas possibilidades, com cursos técnicos e cursos de repertório. Alguns exemplos são: “Esta é uma oficina sobre amor”, com a escritora e roteirista Paula Gicovate, que abriu o ano letivo, “Literatura Indígena”, com a doutora em Teoria Literária Julie Dorrico ainda sem data definida, e o “Laboratório de contos”, com Julie Fank e Luci Collin.

Em quase dez anos desde a fundação, importantes nomes da literatura e das artes brasileiras já deram aula no lugar, que também realiza eventos literários, de lançamentos de livros a clubes de leitura. Alguns deles são Luci Collin, umas das autoras curitibanas mais celebradas dos últimos tempos; Alice Ruiz, poeta e haicaísta; Flávio de Souza, criador do Castelo Rá-tim-bum, entre outros nomes que movimentam a cena literária brasileira. Nomes internacionais que vieram para cá também figuram entre os expoentes da literatura mundial, como José Luís Peixoto, poeta e romancista português, e Futhi Ntsingila, ficcionista sul-africana.

Lugar de tirar os planos do papel

Por mais clichê que possa parecer (e na Esc. Escola de Escrita se ensina como fugir deles), o espaço é um lugar para tirar – ou colocar – os “planos do papel”, a partir dos três eixos de aprendizado, que são: repertório, técnica e marca autoral. 

Um exemplo de quem conseguiu lançar o livro que estava há alguns anos aguardando oportunidade é o jornalista potiguar Octávio Santiago. A partir da indicação de uma amiga, ele saiu de Natal para um curso de fim de semana em Curitiba em 2019. No ano seguinte, conseguiu finalizar sua primeira obra “Coisa fraca no sal não próspera”, lançada em 2021 pela editora Jovens Escribas.

“A escrita sempre me aconteceu, mas teimava em ser inconstante, sem regras, em agir sem combinar. A Esc., por mais contraditório que possa parecer, me ajudou a amarrá-la, a tê-la em mãos, ao passo que deixou as costuras criativas mais livres, deu fluidez. Foi quem acertou o nosso encontro, o nosso passo, e sou grato por isso”, comenta o autor.

Assim como Octávio, outros alunos lançaram seus livros nos últimos dois anos, período do isolamento da pandemia: Helena Argolo Cafezeiro, com “Feito Pirata” (Arte & Letra), André Volpato, com “Cidade Manequim” (Moinhos), Flávia Farah, com “Uma Vida Vida” (Arte e Letra), Daniela Carazzai, com “Aqui tudo é pouco” (Arte e Letra), Daniel Montoya, com “Curitiba na contramão” (Arte e Letra) e Marcelo Wilinski, com “Pedra-Placebo” (Kohter), Larissa Kautzmann, com “Nem toda viúva chora”, pela Telaranha, entre outros programados ainda para 2023.

Serviço:

Mais informações e matrículas: www.escoladeescrita.com.br

Endereço: Praça Osório, 379, sala 901, Centro, Curitiba-PR.

WhatsApp: 41 99711 7100

Instagram: @escoladeescrita

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