“É um filme feito de fã para fã”, fala Kieski, diretor de “Carnaval Sangrento”

O média-metragem de terror curitibano, inspirado nos filmes da franquia "Pânico", foi gravado com celular e agora estreia no YouTube

Um média-metragem curitibano está deixando muita gente de olhos arregalados. Tudo bem que isso é esperado para qualquer filme de terror, mas “Carnaval Sangrento” está causando tal reação pelas histórias behind the scenes, com façanhas encabeçadas por iniciantes, e por spoilers sobre a qualidade do material. A estreia para o público está marcada para a noite desta sexta-feira (9), no YouTube.

A produção é a primeira de Renan Cordeiro Kieski como cineasta, que além de idealizar, roteirizou e dirigiu a produção independente. Graduado em Publicidade e Propaganda, foi no curso que teve contato com estudos sobre cinema, entretanto a paixão pelas artes e pelos filmes nasceu bem antes. O fascínio vem da infância e, aos 19 anos de idade, ele chegou a publicar um livro.

Em entrevista ao Plural, o diretor explicou porque “[Carnaval Sangrento] é um filme feito de fã para fã”, como a equipe foi importante para levar a ideia para as telas, e sobre as expectativas de sucesso para um média-metragem gravado inteiramente com celular. Confira o papo com Kieski a seguir.

Como surgiu a vontade e a ideia para “Carnaval Sangrento”?

Sempre fui ligado à artes e cinema, desde criança gostava muito de escrever e, em 2016, fiz uma publicação independente do livro “Cobaias – Fase de Testes”, um suspense juvenil. Mas, ainda assim, tive vontade de escrever algo para produzir no audiovisual; começaram a vir as ideias e “Scream” [no Brasil, Pânico] é o meu filme de terror favorito, eu só precisava encontrar um meio de trazer a história para o Brasil de um jeito atrativo, por isso a época de Carnaval. 

Qual o tema do filme? É uma história curitibana?

“Carnaval Sangrento” é um terror, baseado na franquia “Scream”, um clássico dos anos 90 famoso até hoje no mundo do cinema. A história se passa no Carnaval, que anima todas as ruas do Brasil, enquanto um segredo assombra um grupo de jovens que precisa sobreviver a esta noite; alguém sabe de algo que não deveria e vai transformar o que seria uma festa em um massacre. Entretanto, preferimos não localizar o enredo em uma cidade em específico, pode ser em qualquer lugar do país, mas tudo foi gravado aqui em Curitiba.

O projeto é independente?

Sim, eu consegui reunir a equipe perfeita para fazer esse projeto nascer, onde todos entraram de cabeça. Eu sou o idealizador, roteirista e diretor, mas a equipe tem quase 20 pessoas, com produtores executivos, cenografistas, figurinista, assistentes de direção. 

Todo mundo trabalhou de maneira voluntária, então conseguimos parcerias, como locações que não cobraram nada, apenas têm divulgação no filme. Os gastos com, por exemplo, equipamentos, ingredientes para sangue falso, frete de móveis e várias outras coisinhas saíram do meu próprio bolso, ninguém patrocinou o projeto.

Como foi encarar as filmagens?

Minha formação é publicidade e propaganda, onde estudei cinema também, mas na equipe temos pessoas com formação especializada em cinema que foram meu braço direito na assistência de direção. No total, as gravações levaram 10 dias, divididos em vários dias separados, começaram em julho e terminaram em outubro, então iniciou a pós-produção e, hoje [9/02], faremos o lançamento. 

“Carnaval Sangrento” foi inteiramente gravado com um celular. Alguém ainda torce o nariz para filmes feitos assim? 

Ter gravado pelo celular foi o maior chamariz pro nosso marketing, muita gente se impressionou com a qualidade das gravações no trailer. Isso é um ponto positivo e o preconceito está diminuindo bastante, até porque é algo que viabiliza para muita gente poder começar a trabalhar,  para se criar mais arte por todo lugar, de maneira democrática. O principal é a história. Pode ser o celular mais simples do mundo, mas tendo uma boa história, tem tudo. 

O filme teve uma pré-estreia em Curitiba. Como foi recebido pelos presentes? 

A pré-estreia foi no último sábado [3 de fevereiro], no Nosferatus, um bar todo temático de terror aqui de Curitiba, para cerca de 160 pessoas. Entre os presentes estavam o diretor de cinema Paulo Biscaia Filho, o jornalista Felipe Harmata, e alguns influencers também. O evento foi maravilhoso, assim como a recepção do filme. 

Qual sua expectativa para o lançamento?

Minha expectativa é que seja o maior Fan Film [filme feito por fãs de uma franquia] de “Scream” e que possamos mostrar o quanto o Brasil possui talento e capacidade para o audiovisual, encorajando cada vez mais pessoas a seguirem seus sonhos. E, claro, que todos da equipe tenham muitas portas abertas para novos trabalhos com o lançamento. Depois de lançar, queremos muito enviar para premiações e festivais, inclusive já conseguimos um voucher para inscrevermos no festival Djanho!, de Curitiba.

O que a galera do fandom [grupo de fãs que cultuam filmes, séries, etc] pode esperar de “Carnaval Sangrento”? 

O filme é diferente, acho que as pessoas vão gostar bastante. Por ser um média-metragem, mexemos bastante na estrutura que “Pânico” nos proporciona há mais de 25 anos, mas, ainda assim, respeitamos e honramos cada detalhe, tudo é recheado de referências. Fizemos algo que nunca aconteceu antes no universo de “Scream”, o que aumenta bastante nossa ansiedade. É um filme feito de fã para fã, com muito carinho.

Para assistir a outros trailers e ao filme (a partir das 20h30 do dia 9 de fevereiro), clique aqui.

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