Cinemateca de Curitiba exibe Mostra Cinema e Infância

Curtas e médias-metragens nacionais terão sessões gratuitas entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, sempre às 19h

Para estimular o combate à violência infantil, conscientizar a população sobre os direitos da criança e chamar a atenção da sociedade para a gravidade da situação, a “Mostra Cinema e Infância”, voltada para o público adulto, vai exibir de forma gratuita 12 curtas e médias-metragens nacionais, entre ficções, documentários e animações. O filmes falam sobre violência sexual, trabalho infantil, prostituição infantil, violência de gênero, pobreza, homofobia e racismo. A mostra será realizada entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro na Cinemateca de Curitiba.

A programação completa está disponível no site do evento (aqui). Entre os títulos que serão apresentados sempre às 19h nos dias 30 e 31/08, e 1º/09, estão “Menina Espantalho”, “Bicho do Mato”, “Carreto”, “Sem Tempo Para Brincar”, “Bicha Bomba”, “Eu Sou o Superman”, “O Silêncio de Lara”, “Morri na Maré”, “O Fim do Recreio”, “Mundo Sem Porteira”, “Cordilheira de Amora II” e “Vida Maria”. Para assistir aos filmes, o público deve retirar os ingressos na bilheteria uma hora antes do início de cada sessão. Os filmes também ficarão disponíveis de forma on-line, por 30 dias, no site da Mostra.

Números

Entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes de zero a 19 anos foram mortos de forma violenta no Brasil – uma média de 7 mil por ano. De 2017 a 2020, 180 mil sofreram violência sexual – média de 45 mil a cada ano. Esses dados alarmantes foram revelados pelo Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, lançado em 2021 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número de denúncias também é grande, só em 2022 já foram mais de 200 mil, feitas pelo Disque 100.

Segundo Thelma Alves de Oliveira, assessora da diretoria do Hospital Pequeno Príncipe, o tema sobre violência contra criança é urgente, pois se intensificou no período da pandemia, permanecendo ainda velado, pouco visível e pouco falado. “Em 2021, apenas no Hospital Pequeno Príncipe foram 618 atendimentos, um crescimento de 11%, sendo a violência sexual predominante, com 344 casos, ou seja, 55% do total. A violência é uma prática recorrente que precisa ser interrompida, aqui e agora. Promover o debate é uma ação necessária e transformadora”, disse.

Curadoria

O evento conta com a curadoria do cineasta Luciano Coelho e do psicanalista Glauco Machado. Coelho diz que o projeto é muito mais do que uma mostra de cinema, pois aborda temas sensíveis, atuais e preocupantes na sociedade. “O projeto busca conscientizar os espectadores para a vulnerabilidade infantojuvenil frente à violência em suas diversas facetas, bem como para o necessário conhecimento e posicionamento por parte dos adultos que convivem e atuam profissionalmente junto à infância e adolescência”, afirma.

Bate-papos

Os três dias de exibição serão seguidos de bate-papos com a curadoria e os realizadores, com o intuito de ampliar a reflexão sobre o tema. Algumas sessões contarão, ainda, com recursos de audiodescrição, legendas e libras como forma de promover a acessibilidade. 

Mostra Cinema e Infância

Confira a programação completa aqui.

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