Roberto Carlos volta a Curitiba pela primeira vez depois da pandemia

Cantor, que comemora 82 anos em 2023, deve apresentar seus maiores clássicos na cidade

Há pouco mais de 70 anos, o Brasil conhecia seu futuro rei. Era outubro de 1950 quando um garoto de nove anos, apoiado sobre muletas, soltava a voz na Rádio Cachoeiro. O bolero “Amor y más amor”, do cantor porto-riquenho Bobby Capó, deu início ao reinado do garoto que saiu de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, e cujo reinado se expandiu pelo mundo em seis décadas de carreira e 140 milhões de discos vendidos.

Agora, Roberto Carlos, que completa 82 anos em breve, volta a Curitiba, em data ainda a ser divulgada, para um show especial, comemorando também os 330 anos da capital. Após um hiato de mais de dois anos em virtude da pandemia, o artista voltou a se apresentar em julho passado, tendo cantado desde então no México e em alto mar. A última apresentação em Curitiba havia sido no fim de 2019.

Roberto Carlos, o Rei

Roberto Carlos foi coroado em 1966 pelo apresentador Chacrinha, em seu programa na extinta TV Excelsior. A alcunha real já era bradada há pelo menos um ano, quando o cantor iniciou a apresentação do programa Jovem Guarda, da Record. Ao lado do amigo-irmão-camarada, Erasmo Carlos, e da também colega e cantora Wanderléa, foi Roberto quem assumiu o trono das tardes de domingo em apresentações a milhões de súditos em diversas partes do país.

O programa extravasou as telas e deu início a um movimento próprio, que ia das músicas dos artistas ao vestuário dos ouvintes. A atração, a música pop, a rebeldia e o rock‘n’roll deram à luz o abrasileirado iê-iê-iê. As composições falavam das coisas simples da vida dos jovens, de paixões arrebatadoras e amores negados.

Roberto Carlos, o romântico

Embora marcante, o estilo durou poucos anos na cena cultural brasileira. Em 1968, o programa que o batizara sairia do ar definitivamente, enfraquecendo músicos que insistiam na corrente artística. Não foi o caso de Roberto Carlos, que enveredaria para a música romântica.

Entre 1969 e 1998, bastava que o álbum levasse seu nome para que quebrasse recorde atrás de recorde, ano após ano. Com a precisão de um relojoeiro, profissão do pai, Roberto Carlos lançava a cada ano um disco homônimo, prática interrompida somente pelo falecimento da esposa, Maria Rita, em 1999.

Constância e exatidão também fazem parte de seu especial de fim de ano na Rede Globo, apresentado desde 1974. Sua presença é tão certa quanto os demais adornos das festividades de época. Até hoje o programa mantém bons números de audiência para a emissora, inclusive crescendo no último ano em comparação à edição anterior.

Roberto Carlos em Curitiba

Os curitibanos devem esperar justamente os versos românticos durante a maior parte do espetáculo, como indicam os últimos repertórios do astro nos shows que lotaram os estádios e teatros. “Emoções”, “Além do horizonte”, “Detalhes”, “Nossa Senhora”, “Esse cara sou eu”, “Amigo” estão entre os grandes sucessos prováveis para o show.

A equipe que acompanha o cantor é composta pelo maestro Eduardo Lages, os vocalistas Luiz Carlos Ismail e Jurema de Cândia e os músicos Clécio Fortuna, Dárcio Mario Ract, Arthur de Paula, Norival D’Angelo, Jorge Berto, Elias Almeida, Nahor Gomes Oliveira, Manoel dos Santos, Ubaldo Versolato e Paulo Coelho.

A produção é do grupo RC e da curitibana Cult! Produções. A produtora local também foi responsável pela última apresentação do Tremendão em Curitiba, em setembro do ano passado, dois meses antes de seu falecimento. Desde lá, a produtora já trouxe nomes como Gilberto Gil e Fafá de Belém para a capital paranaense, e promete ainda mais atrações para o aniversário da cidade. Em 25 de junho, traz outra realeza: o príncipe do samba, Paulinho da Viola, para comemorar seus 80 anos.

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