Mais um ano de racismo em Curitiba – com esse título, na edição de quarta-feira, o Plural demonstrou, em (mais uma) excelente matéria de Aline Reis – Jornalista e coautora do livro Paraná Preto -, que Curitiba teve 44 casos de racismo e mais de 200 de injúria racial em 2022. E um leitor, por coincidência, tinha ao alcance da mão um exemplar da revista Aventuras na História, da Editora Caras, São Paulo, edição 234, cujo assunto de capa é Luiz Gama – o patrono da abolição da escravidão.
Como destaca a publicação, que tem como editora Izabel Duva Rapoport, “em nós até a cor é um defeito, um vício imperdoável de origem, o estigma de um crime; e vão ao ponto de esquecer que esta cor é a origem da riqueza de milhares de salteadores, que nos insultam. A frase é de Luiz Gama, publicada em 1880, é apenas um dos exemplos de como seu legado corajoso dialoga com o Brasil ao longo do tempo – e lamentavelmente até hoje”. Luiz Gama foi o primeiro negro brasileiro a lutar na Justiça contra o racismo e a escravidão.
O ADVOGADO DOS ESCRAVIZADOS – com este título, o texto de Raphaela de Campos Mello nos leva a Luiz Gama, “um intelectual autodidata, nascido livre e, mesmo assim, escravizado, precisou lutar pela própria liberdade para, ao longo da vida, libertar judicialmente mais de 500 negros cativos”. É dele a frase:
– A escravidão é como o rato que semeia ruínas em suas passagens.
PS: o editorial da revista, assinado por Izabel Duva Rapoport, merece uma breve correção ao citar uma frase de Luiz Gama, publicada em 1880, na Gazeta do Povo… Isso mesmo. Na verdade, se referia à Gazeta de Notícias. Que falta faz um revisor na redação, um Adamastor Marques, por exemplo.
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