Juíza famosa por defesa da “meritocracia” é aposentada por não aparecer no trabalho

Juíza foi punida porque não tinha autorização para se ausentar, mas mesmo assim não ia ao trabalho.

A juíza mineira Ludmila Lins Grilo, punida com a aposentadoria pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, ficou famosa em 2016 por defender que tinha chegado ao cargo por mérito próprio. Ela entrou numa discussão sobre meritocracia nas redes sociais com a juíza paranaense Fernanda Orsomarzo, que havia viralizado com um post em que lembrava que ela, assim como outros juízes, chegaram aonde chegaram não só devido ao esforço próprio, mas também por terem contado com certos privilégios ao longo da vida.

Ludmila Grilo, agora punida porque não comparecia ao trabalho, revidou com um post feroz defendendo a ideia da meritocracia. “Assim como Fernanda, eu ralei duro (duríssimo!) para ser juíza de direito.” Segundo ela, que agora receberá aposentadoria de juíza mesmo depois da punição (o salário dela como juíza era de R$ 33 mil), as pessoas “não devem esperar nada do Estado”.

“Enquanto a Fernanda diz que só é juíza porque também recebeu um “empurrãozinho” da vida, eu te digo que esse empurrãozinho não é necessário: você pode começar do zero. Não temos castas no Brasil. Um rico pode ficar pobre e um pobre pode ficar rico. Enquanto a Fernanda te diz que você deve esperar tudo do Estado, eu te digo que você não deve esperar NADA do Estado. Levante-se! Faça você mesmo! Come on!”, dizia o post dela.

A juíza mineira foi punida porque no ano passado, uma investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) comprovou que ela não ia trabalhar. A juíza confirmou que não tinha autorização para teletrabalho, mas afirmou que ficava em casa por medo. Aparentemente lhe faltaram a fé e o otimismo pregados no texto de sete anos atrás. Isso sem falar na disposição para o trabalho.

Seguidora de Olavo de Carvalho, a juíza já havia ensinado as pessoas a burlar o uso de máscara (com a hashtag #AglomeraBrasil) durante a pandemia de Covi-19 e foi afastada anteriormente do trabalho por ataques ao STF.

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