Alegando falta de intimação, Vicente Malucelli não deporá em caso de Renato Freitas contra Traiano

Ligado a Joel Malucelli, Vicente fez delação que incluiria denúncias de corrupção em contrato da Assembleia com a TV Icaraí

A testemunha mais aguardada do processo que julga Renato Freitas (PT) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná não vai comparecer. Os advogados de Vicente Malucelli, parente do megaempresário Joel Malucelli, afirmaram que ele não foi notificado formalmente e que, ainda que fosse, não poderia falar sobre sua delação premiada. “Ele tem um compromisso com o Ministério Público de manter o sigilo sobre o que falou”, afirmou ao Plural a advogada Thaíse Mattar Assad, que representa Vicente.

Vicente Malucelli fez uma delação ao Ministério Público em 2020 em que denunciou, entre outras coisas, segundo se comenta nos meios políticos, irregularidades na gestão de Ademar Traiano (PSD) na Presidência da Assembleia. O centro da delação, até onde se sabe, seria um acordo para a contratação da TV Icaraí como prestadora de serviços da TV Assembleia. O contrato com a empresa, que pertence ao grupo de Joel Malucelli, foi assinado por Traiano e pelo primeiro-secretário da época, Plauto Miró Guimarães.

O nome de Vicente foi incluído por Renato Freitas na lista de cinco testemunhas que deporiam a favor dele no Conselho de Ética. O deputado petista foi denunciado por quebra de decoro parlamentar depois de dizer, numa sessão plenária, que Traiano seria corrupto. Até recentemente, parecia que Renato pretendia fazer um acordo para sair com uma pena leve, de suspensão do mandato durante os meses em que não há sessão. Mas a inclusão de Vicente no rol de testemunhas mudou tudo.

Depois da mudança de estratégia, Renato teve inclusive de mudar de advogado. Guilherme Gonçalves, que o livrou de uma cassação na Câmara de Curitiba, renunciou à defesa, e agora foi substituído pela advogada Monike Santos. A ideia parece ser agora de tentar confirmar que Traiano seria de fato corrupto, e dizer que, portanto, Renato não errou ao dizer isso em plenário.

O Plural procurou a equipe de Renato Freitas na noite deste domingo. Ao ser informada de que Vicente não irá ao depoimento, uma assessora do deputado disse que não havia necessidade de intimação formal e que a conversa para que Vicente comparecesse se daria em bases mais informais. No entanto, ao ser questionada se Vicente tinha chegado a dizer que compareceria, ela preferiu não dar essa informação.

Em tese, a sessão marcada para as 9h desta segunda-feira seria o único momento para ouvir as testemunhas do caso. Se o petista quiser insistir em levar Vicente Malucelli em outra ocasião, dependerá de autorização dos membros do Conselho de Ética.

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