O Funk é importante para a nossa cultura?

 O funk é um estilo musical brasileiro, criado no ano de 1970 e até então, ele é consumido por diversas classes sociais, desde bailes de favela até festas de luxo.O funk tem raízes das músicas negras norte americanas, que desde sempre mostra a sua força e resistência! Com isso podemos ver a sua atitude e compromisso do estilo musical, um exemplo é a música do artista Mc Guimê com a colaboração do Emicida, os músicos mostram como a o funk permitiu mostrar ao mundo sua vida e a sua verdade, verdade de quem mora na periferia. Além disso, o funk é cultura! E é bom lembrar que cultura é tudo aquilo que é produzido pelo ser humano, nisso entram; conhecimentos, hábitos, costumes, leis e tradições! Obviamente esses costumes, leis e tradições não aparecem do nada, elas são o reflexo das condições de vida de certa classe social e da época vivida, e com o funk, não foi diferente, mais uma vez a população marginalizada cria maneiras de protestar.

 No funk conseguimos ver vários elementos da sociedade brasileira, mais especificamente das periferias. Em algumas letras, ouvimos denúncias de violências, social, por parte do estado e até mesmo da polícia. Em meados dos anos 2008 surgiu o “Funk Ostentação”, com a economia global favorecendo um crescimento econômico, junto com as políticas econômicas que foram implementadas com os governos Lula, deram a possibilidade da população mais pobre sonhar, planejar e consumir coisas que em outros tempos, não tinha-se condições. Diminuindo um pouco as desigualdades sociais presentes em nosso país. Mas é super importante lembrar, que mesmo com essas melhorias, as favelas e comunidades continuam a existir, logo a violência policial também, sendo esse o “carro chefe” das letras. Em outro aspecto também demonstram toda a alegria de terem um primeiro acesso a roupas de marca, bebidas, motos, carros e por aí vai… Com este cenário, fomos tomados por um sentimento de inclusão e integração social, mesmo que mínimo, mas muito importante para a quantidade imensa de pessoas que vivem marginalizadas e excluídas desse sistema. Lembrando que, cerca de 17, 1 milhões de pessoas moram em periferias no Brasil hoje (Fonte:CNN BRASIL). 

Com a visibilidade que o funk ostentação trouxe, surgiram várias vertentes, um deles é o “Funk Ousadia”, que traz letras sobre sexo, mas de uma maneira mais comica! Muitas das vezes eles pegam músicas e ou batidas que são populares no momento. Outro também muito conhecido é o “Funk Pop”, que são músicas mais leves sem palavrões, sem sexo e sem droga, resumindo, um funk produzido para o mercado. Um exemplo é a música “Bum Bum Tam Tam” composta pelo cantor MC Fioti. A “flauta” que ele utilizou no começo da sua música é composta pelo alemão Johann Sebastian Bach (criada em meados do XVIII), o que fez a música virar um hit e ser uma das músicas mais ouvidas em 2017! Com 1,7 bilhões de visualizações no YouTube. (Bum Bum Tam Tam- MC Fioti). Um outro subgênero também que ganhou uma visibilidade maior depois do funk ostentação, foi o “Funk Consciente”, que aborda a pobreza e como o crime pode ser uma das consequências disso, sobre a vida na periferia e seus problemas e o sentimento de abandono, mas por um outro lado, fala das conquistas e da superação desses problemas e de um modo geral, como o funk conseguiu dar um “gostinho de esperança” para essas pessoas. Conseguimos ver que também é presente uma fé em Deus e uma força vinda da sua família, principalmente na figura da mãe, um exemplo é a música “Sou Vitorioso” do MC Lele JP e MC Neguinho da Kaxeta na letra eles abordam todos esses temas. 

“Passando o mó sufoco

Parado, pobre louco

A marmita era 15

Não tinha 1 real no bolso

Me ajuda, seu moço

Respondeu virando o rosto

Vê quanto tá lá e vem me falar

Tó, é seu, fica com o troco

Louca vida, louca

Louca vida, louca

Os menor sem opção

Solução é ir pra boca

Eu fui diferente

O Lele era mente

Se espelhava no Kaxeta

No funk linha de frente

O jogo virou

Deus abençoou

Todos têm o livre arbítrio

Eu escolhi ser cantor

O jogo virou

Deus abençoou

Fui passo a passo na batalha, ei

É no tempo do senhor

Oh, de New Beetle dos novo

De cordão de ouro

O pingente é Jesus Cristo

Pra evitar olho gordo”.

Com tudo, percebemos a importância da cultura periférica na nossa sociedade, seja na música, na arte, nas diversas formas de comunicação, nos trazendo diversas realidades de vivências em nosso país e que precisamos respeitar todas as formas de expressão cultural!!!

2 comentários em “O Funk é importante para a nossa cultura?”

  1. eu gosto do funk, do ritmo, das letras… mas não gosto de funks que trazem muitas palavras de baixo calao… apesar de que as vezes (ouvir tais letras) é menos nocivo do que ver uma injustiça ou discriminação com os desfavorecidos….

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