Em campo também é lugar de mulher

A maior parte dos fãs do futebol com o amendoim (apelido para bola oval)está acostumado a ver o esporte majoritariamente masculino, como acontece com diversas outras modalidades.

O que pouca gente sabe, é que a principal liga do esporte no mundo, National Football League (NFL) não é exclusivamente masculina.

A verdade é que a liga é de futebol profissional mas permite que mulheres joguem junto dos homens, se elas forem selecionadas pelos times. O mesmo acontece nas ligas universitárias (NCAA).

Mas Hulyãn, como eu não conheço mulheres que jogam no profissional? Isso porque atualmente elas não existem na NFL. E  diversos fatores influenciam essa questão, como a cultura do esporte, a falta de incentivo na primeira infância para que meninas se envolvam no esporte, além obviamente do machismo que impera neste meio.

Mas esse é um processo que tem mudado recentemente. Cada vez mais jovens meninas têm praticado futebol americano e ganhando destaque pelas atuações.

Em 2017, Holly Neher foi a primeira garota a lançar para Touchdown no estado da Flórida, EUA (jogando em high school), e ganhou destaque global entre os fãs do esporte. Samantha Gordon já possui uma popularidade fora do normal na categoria não só por ser menina jogando com os meninos, mas por ser fora de série. Com 15 anos ela já ganhou um prêmio da Liga e é apontada como uma das possibilidades futuras na NFL. A estimativa é que 10% do total de atletas registrados em competições nos Estados Unidos sejam mulheres, o que é um percentual ainda baixo mas bem expressivo.

Esse é um dos cenários globais, mas não é definitivo. Aqui em terras brasileiras, as atletas já contam com times e campeonatos com equipamentos completos. Em Curitiba (PR), existem três times atualmente, Cold Killers, Silverhawks e Lions, o que torna a capital paranaense novamente um polo da modalidade também no feminino.

Em 2018, aconteceu o primeiro torneio feminino no estado, em que as jogadoras do Silverhawks sagraram-se campeãs, seguidas por Cold Killers em segundo e Lions fechando o pódio.


Equipes de Sinop Coyotes e Brasília Pilots. Créditos: Júlio Tabile

Pode parecer pouco aos olhos de alguns leitores, mas se pensarmos que nacionalmente, categorias 100% equipadas existem a apenas cinco anos, é um baita avanço.

Em nível nacional, tivemos apenas cincocompetições com times femininos com os equipamentos completos, e os dois primeiros aconteceram com apenas três times. Na categoria masculina, a primeira partida com equipamentos aconteceu há 11 anos.

Levando em consideração que temos três equipes somente aqui, é possível notar que os passos estão sendo dados e em larga escala. Os times estão estruturando cada vez mais as comissões técnicas permitindo um crescimento exponencial e seguem em busca de apoio financeiro para

E o futuro nos traz? Esse ano teremos um campeonato paranaense com as três equipes citadas e a novidade é o formato, que deixa de ser torneio e passar a ser com jogos com mando de campo e final em data única. Já em competição nacional, teremos o campeonato brasileiro feminino com início na metade do ano, em que as equipes da capital paranaense tentarão derrubar as bi-campeãs Coyotes, de Sinop (MT) e as Cariocas F.A., tricampeãs.

Passo a passo as mulheres conquistam seu espaço e tornam o esporte cada vez mais disseminado, o que, no nosso país, é algo magnífico.

Imagem destaque da matéria: Equipes de futebol americano feminino no campeonato paranaense em 2018.
Créditos: Emanuelle Mattos Fotografia

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