Esta quarta-feira, dia 3 de agosto, é marcada pela volta de um dos grandes eventos do universo dos quadrinhos nacionais. O Festival Internacional de Quadrinhos (também conhecida como FIQ) retorna depois de bons anos em pausa. Alguns deles (2019, essencialmente) pela falta de grana mesmo, e incentivos para que a convenção ocorresse. Depois disso, todos nós sabemos: a pandemia de covid-19, que afetou de forma severa o mercado de HQs pelo Brasil – especialmente pela dependência de eventos por parte dos artistas.
Pois bem, mas talvez você não faça a menor ideia do que é o FIQ e porque ela é tão importante assim. O Festival ocorre sempre em Belo Horizonte e é exatamente focado na nona arte. Então, não espere algo similar a outros eventos, em que o espaço do Artists’ Alley é sempre desvalorizado. Aqui, ele é o foco principal, com mesas e mais mesas dedicadas à comercialização de quadrinhos. Como dito anteriormente, a falta de verba ainda atrapalha um pouco a convenção numa retomada para seu tamanho original (essa é a 11ª edição). Se no último foram 217 mesas, neste o número caiu para 189. Os estandes e convidados também tiveram uma queda de forma abrupta – isso e muito mais podem ser vistos na coluna de Érico Assis no Omelete.
De toda forma, apesar da diminuição, ainda estamos comentando aqui do maior evento dedicado ao nicho de quadrinhos de toda a América Latina. A FIQ tem uma relevância em apresentar autores, e também trazendo debates importantes para um universo de autores que não tem chance, a todo instante, de se reunirem. Em 2022, por exemplo, o tema é “Quadrinhos e o Mundo do Trabalho”. Quadrinistas nacionais sempre conviveram com a dificuldade de se manter apenas do trabalho com HQs. A grande maioria ou tem algum “emprego formal” por fora – que, em muitas ocasiões, nada tem a ver com esse universo -, e outros tentam explorar as possibilidades do dom e árduo trabalho – como fazendo design como freelancer. De todo jeito, o ato laboral sempre foi um tema recorrente no mercado brasileiro do gênero, por isso mesmo se torna importantíssima essa discussão e, do mesmo jeito, a forma como isso poderá ser traduzido dentro dos lançamentos deste ano.
Mas, sobre esse tópico, vou me abster um pouco. Diversos outros influenciadores e jornalistas já trouxeram dicas e mesas para o FIQ 2022. Caso do próprio Érico e também do pessoal do Fora do Plástico. Prefiro deixar você, caro leitor, aproveitar um pouco de cada uma das mesas. Até porque não é todo dia que se tem uma oportunidade única de conhecer e apreciar tantos trabalhos e obras diferentes no qual, em suma maioria, provavelmente nem teria contato. Vamos valorizar o Festival Internacional de Quadrinhos, independente de tudo. E valorizar quem constrói e faz ele ser como é: os artistas trabalhadores.