Além das Letras: LGBTQIAP+ e a necessidade de letramento para plena representatividade

Na história, poucas conquistas foram alcançadas sem luta, e com a população LGBTQIAP+ não é diferente

Em um mundo que lida cada vez mais com a diversidade de identidades de gênero e orientações sexuais, surge a questão sobre a extensão da sigla LGBTQIAP+. Muitos a rotulam como uma “sopa de letrinhas” que pouco contribui para as principais demandas dessa população.

No entanto, ao analisar a importância da representatividade, fica evidente que esse conjunto de letras busca garantir direitos fundamentais.

Dentro da própria comunidade, não existe uma nomenclatura específica. Alguns adotam LGBTQIA+, outros preferem LGBT+, enquanto alguns ainda utilizam apenas LGBT, termo adotado na I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais no Brasil, deixando de fora outras identidades presentes no grupo.

É fundamental reconhecer que pessoas que não se identificam com o padrão cis-heteronormativo sempre foram marcadas pela diversidade e pluralidade, incluindo a existência de desacordos dentro da própria comunidade.

Essa pluralidade é fundamentada nas diferenças substanciais entre os diversos grupos que compõem a orientação sexual e a diversidade de gênero.

A invisibilidade não pode ser um elemento associado à população LGBTQIAP+. Pelo contrário, desde a revolta de Stonewall (um marco histórico nesse contexto), a luta tem sido pelo direito de existir.

Considerando as normas nacionais e internacionais, diversas medidas de proteção permitem a discussão a partir da perspectiva da diversidade. Um exemplo disso é a Organização dos Estados Americanos, por meio do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, que ampliou a sigla em seus documentos oficiais, tanto na Comissão Interamericana quanto na Corte.

No Brasil, nossa Constituição Federal é construída com base na diversidade. A pluralidade se torna um dos pilares da sociedade brasileira, em um verdadeiro Estado Democrático de Direito. O direito à liberdade de existência e representatividade pode ser facilmente encontrado no texto constitucional, que está repleto de normas protetivas de Direitos Humanos.

Por fim, é importante ressaltar que cada membro da população LGBTQIAP+ possui demandas e características próprias, que os tornam sujeitos de direitos.

Por exemplo, as necessidades das mulheres trans são diferentes das necessidades das mulheres lésbicas, como exemplificado pela cirurgia de redesignação sexual.

Isso significa que o exercício dos direitos perpassa também pela representatividade da comunidade como um todo.

Na história, poucas conquistas foram alcançadas sem luta, e com a população LGBTQIAP+ não é diferente. Devemos valorizar a diversidade e o direito de existir, mesmo diante de resistências.

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