Até o fim de 2020, serão 35,4 mil famílias empobrecidas no Litoral do Paraná. Considerando uma média de três pessoas por família, a previsão é de 106 mil litorâneos vivendo em situação de pobreza até dezembro. A elevação de 3,5% nas estatísticas é estimada por pesquisadoras da Universidade Federal do Paraná (UFPR), com base em estudos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, órgão das Nações Unidas.
No mesmo período, a pobreza extrema (pessoas com renda de até R$ 89 mensais) pode crescer 2,3%, elevando de 9,8 mil para 10,1 mil o número de famílias nesta situação somente no Litoral do Estado – que tem hoje cerca de 300 mil habitantes, metade deles em Paranaguá.
Em situação de pobreza (pessoas com renda de até R$ 178 mensais) são atualmente 34,3 mil famílias, número que deve subir para 35,4 mil até dezembro. “Se considerarmos uma média de três pessoas por família, encontramos a número assustador de 106.281 mil pessoas em situação de pobreza no Litoral do Paraná”, explicam as pesquisadoras no artigo ‘Pobreza e extrema pobreza em tempos de pandemia Covid 19 – Situação do Litoral do Paraná’, produzido pelas docentes do curso de Serviço Social da UFPR Litoral, Ane Bárbara Voidelo e Giselle Ávila Leal de Meirelles.
Segundo o estudo, os primeiros sintomas da crise econômica ocasionada com a pandemia foram sentidos pelas famílias de coletores de materiais recicláveis e prestadores de serviços informais, que ficaram sem renda.
“Há que se considerar que a pobreza, resultado imediato de uma desigualdade social historicamente persistente no país, é multidimensional e não se caracteriza somente pela ausência de recursos econômicos. Entretanto, neste momento, não há dúvidas de que a forma mais imediata de enfrentamento à pobreza é a garantia de valores nutricionais”, conclui a análise.
Índice Gini por Municípios
Ao analisar o Índice de Gini, que mede a desigualdade social, as pesquisadoras puderam definir os números por município litorâneo. O mais desigual socialmente é Guaratuba, seguido de perto por Antonina e Morretes. Depois, vêm Paranaguá, Pontal do Paraná, Guaraqueçaba e Matinhos, nesta ordem.
Vírus contagioso, solidariedade contagiante
Para auxiliar nas ações de combate à covid-19, a UFPR Litoral, com campus em Matinhos, desenvolve frentes de participação coletiva. Elas podem ser acompanhadas aqui.
Com o slogan ‘O vírus é contagioso, mas a solidariedade é contagiante’, servidores e estudantes unem-se em atividades como: arrecadação e distribuição de alimentos; produção e distribuição de marmitas à população de rua; produção e distribuição de álcool líquido 70 para secretarias de saúde municipais; produção e distribuição de máscaras caseiras; mapeamento e divulgação de ações sociais de inciativa pública e da sociedade civil; tradução em libras de informações relacionadas à pandemia; entre outras ações e projetos de iniciativa pessoal ou coletiva da comunidade acadêmica.
O projeto de extensão ‘Observatório do Litoral Paranaense’ mapeou mais de trinta ações solidárias nos sete municípios da Região Litorânea. Pessoas físicas e empresas podem contribuir. Veja como ajudar.