PM filma clientes de bar frequentado por petistas; homem que questionou motivo vai preso

PM diz que não pode revelar a motivação da filmagem dos frequentadores do bar por ser “uma questão de inteligência"

O advogado Everaldo Fernandez foi detido neste domingo (23), no Largo da Ordem, em Curitiba, sob acusação de desobediência. O caso foi registrado pelo 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM).

Fernandez estava no Bar Folia, acompanhando de amigos, quando percebeu um veículo que passou filmando os frequentadores do local, segundo contou ao Plural. Instantes depois o mesmo veículo retornou. “Aí eu abordei o carro e perguntei por que estavam filmando”, disse.

Depois disso Fernandez soube que se tratava de um carro do serviço reservado da Polícia Militar, a chamada P2, que em tese é o setor de corregedoria, ou seja, atua para investigar os próprios policiais.

O advogado foi abordado pelos policiais e outros frequentadores filmaram a ação. Em princípio houve animosidade entre as partes e Fernandez considera o caso como abuso de autoridade.

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Uma das pessoas envolvidas na confusão, usou a expressão “Lambe Botas”, o que irritou os policiais. O caso foi encaminhado para a sede do 12º BPM e transmitido ao vivo por redes sociais de amigos do advogado. Um outro homem também foi detido por desacato.

“Eu fiz um escândalo quando ele quis me prender e isso chamou atenção das outras pessoas. Eu achei abusivo porque eles [os policiais] afirmaram que estávamos fazendo algazarra. Mas o que é algazarra?”

O Bar Folia é frequentado por apoiadores do ex-presidente Lula (PT) e tem sido ponto de encontro para eleitores dele. No domingo houve atos de apoio ao petista na região e muita gente se dirigiu para o bar.

Ao Plural a Polícia Militar do Paraná informou que não pode revelar a motivação da filmagem dos frequentadores do bar por ser “uma questão de inteligência”. Sobre o encaminhamento do advogado a justificativa é que ele ameaçou, desacatou e desobedeceu os policiais, bem como resistiu a abordagem.

Fernandez assinou a um termo circunstanciado, bem como o outro homem detido, e ambos foram liberados. Advogadas que estavam no bar acompanharam o trâmite.

Veja o vídeo:

Sobre o/a autor/a

7 comentários em “PM filma clientes de bar frequentado por petistas; homem que questionou motivo vai preso”

  1. Não é só o enlouquecido tirando seu próprio celular do bolso do uniforme policial assediando aquela senhora que assusta. O que mais assusta são os colegas do enlouquecido, quietos e não interferem no enlouquecimento dele.
    Não querem câmeras corporais mas gostam de usar seus celulares pra distribuir pros grupos de ódio nos zap deles?!
    PMPR virou polícia de festa junina.
    “lambe botas” não ofensivo, é descritivo!
    Polícia vira lata! Qualquer um entra, qualquer um treina e fazem qualquer coisa por um afago moral.

  2. Fazem um concurso de baixo nível de exigência, têm um treinamento que os enlouquece mais ainda, com humilhações constantes, recebem uma arma e saem pelas ruas imaginando-se alguém. Aí, já era. Essa é a puliça qe temos.

  3. Lisandra Westphalen

    Eder Borges já foi cassado pelo TRE-PR por falta de prestação de contas. Recurso aguarda julgamento pelo TSE há mais de 1 ano.

    Quem investiga a Corregedoria da PMPR?

    PMs são contra o uso de câmeras corporais, MAS QUANDO CONVÉM, usam seus celulares PARTICULARES para abordar membros do público, SEM LEGISLAÇÃO GOVERNANDO O USO DE EQUIPAMENTO PESSOAL PARA USO PARA FINS PROFISSIONAIS na PMPR.

    Estou mencionando isso, porquê ontem teve um debate na câmara municipal de Curitiba sobre o projeto do Renato Freitas sobre uso de câmeras corporais pela Guarda Municipal de Curitiba e a Rejane Soldani fez uns argumentos muito rasos, do tipo “a gente ser filmado fazendo xixi” “conversa entre marido e mulher vai ser gravada”.

    Em países aonde o uso de câmeras corporais pela polícia já existe há décadas, o uso de celular privado do agente policial É RIGOROSAMENTE PROIBIDO PARA FINS DE ANGARIAÇÃO DE EVIDÊNCIA!

    Angariação de evidência pela PMPR tem que ser OBRIGATORIAMENTE por agente policial legítimo e COM EQUIPAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DADOS DA PMPR – LEGÍTIMOS, ACESSÍVEIS, AVERIGUÁVEIS E SUJEITOS À INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO À QUALQUER MOMENTO!

    Seria interessante o Plural fazer uma mesa redonda com o Renato Freitas, que tem uma dissertação de mestrado renomada e que foi apresentada na Inglaterra – ele também é um dos melhores pesquisadores em Segurança Pública do Brasil (eu sei que ele é mais conhecido como vereador e essa parte do Renato Freitas é mais conhecida dentro do meio jurídico acadêmico). Daí tragam a Nina da Hora pra falar sobre inteligência artificial, o Forum Brasileiro de Segurança Publica pra falar sobre as câmeras e algum representante de uma instituição dedicada às legalidades referente PROTEÇÃO DE DADOS.

    O uso de equipamento particular do policial e a falta de identificação e declaração do motivo para solicitar a identificação daquela senhora, TEM QUE SER ROBUSTAMENTE REPREENDIDOS. Aquilo foi feito sem nenhum tipo de regulação ou auditoria – por exemplo sobre compartilhamento e armazenamento dos dados angariados enquanto exercendo a função de agente policial.

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