Curitiba recebe a Semana do Jerez, vinho espanhol que é raridade no Brasil

Wine bar Balbino e Martins e restaurante Osteria da Paz participam da Sherry Week que vai até domingo

Começa nesta terça-feira (9) em Curitiba, a Sherry Week, uma semana dedicada ao Jerez, vinho espanhol produzido na região da Andaluzia que é bastante raro de se encontrar no Brasil.

O evento é realizado em contemporânea em dezenas de cidades no mundo inteiro. Na capital paranaense, apenas duas casas participam do festival: o wine bar Balbino e Martins, localizado no Rebouças, e a Osteria da Paz, restaurante da Família Scopel, que fica ao lado do Mercado Municipal, no Centro.

Até sábado (13), o Balbino e Martins serve 16 rótulos diariamente – a taça de 50 ml custa entre R$ 18 e R$ 40. Dentre os destaques estão os rótulos Tio Pepe Fino, Barbadillo Manzanilla Solear e Don José Oloroso.

Já na Família Scopel é possível experimentar seis rótulos diferentes de Jerez. A casa sugere harmonizar o bacalhau à Brás com uma taça de Gonzalez Byass Alfonso Oloroso Seco: o prato custa R$ 69,90, já a taça de vinho sai por R$ 29,90. No restaurante, o evento vai até domingo (14).

Bacalhau à Brás da Família Scopel harmoniza com Jerez Oloroso Seco.

Conhecido também como Xerez (em português) e Sherry (inglês), o Jerez é um vinho fortificado produzido a partir de três uvas autóctones do Sul da Espanha – Palomino, Pedro Ximénez e Moscatel, sendo que as duas últimas castas rendem vinhos doces. A região de produção é conhecida como triangulo do Jerez e é formada pelas cidades de Jerez de la Frontera, El Puerto de Santa María e Sanlúcar de Barrameda.  

“É um estilo de vinho de sabor muito autêntico, não fácil de reproduzir em outros lados. E, em comparação com os vinhos do Porto [também fortificados, mas produzidos na região do Douro, em Portugal], o álcool é mais integrado, ou seja, são menos ‘quentes’ que os Portos. É o clássico vinho para acompanhar as tapas espanholas”, explica Wagner Gabardo, sócio da escola de sommelier Alta Gama, em Curitiba.

Estilos de Jerez

Fino – feito 100% com a uva Palomino: seco, leve e acidez suave. Fortificados até 15%. Sofrem um processo de maturação protegido por uma capa de leveduras na superfície – chamada de véu ou for – que protegem o vinho da oxidação.

Manzanilla – amadurecido no município de Sanlúcar de Barrameda, onde a umidade e brisas marinhas interferem na película de leveduras, o que resulta num vinho mais claro, seco e leve que o fino.

Amontillado/Manzanilla Passada – sofre maturação parcial sobre efeito do véu e em seguida o envelhecimento é oxidativo, o que resulta num vinho mais escuro e seco com sabor a nozes.

Oloroso – sofre somente envelhecimento oxidativo e é fortificado até 18%. Seco com sabores defumados e tostados intensos.

Palo Cortado – o mais raro e difícil de se obter, com aromas a especiarias, frutas secas e levemente salgado no paladar.

O que é o vinho fortificado?

A fortificação de um vinho ocorre quando aguardente vínica (obtida de destilação do mosto) é adicionada ao mosto que está fermentando. Esta adição de álcool interrompe a fermentação e eleva o teor alcóolico da bebida final, que pode ser mais seca ou mais doce, a depender da quantidade de açúcar residual e da uva utilizada.

O resultado é um vinho fortificado com teor alcóolico entre 19% e 22%. A presença do açúcar e o teor alcóolico mais elevado dão a este tipo de vinho maior potencial de guarda e durabilidade.

Serviço

Balbino e Martins. Av. Iguaçu, 1274, Rebouças. Terça a quinta das 15h às 22h; sexta e sábado das 15h às 23h. Instagram: @balbinoemartins

Restaurante Osteria da Paz. Rua da Paz, 575, Centro – (41) 98809-8687. De segunda a sábado no almoço das 11h30 às 15h. Instagram: @osteriadapaz.

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