Um dos principais custos que oneram o preço da passagem de ônibus em Curitiba teve uma queda de 28% em relação a janeiro: o combustível. A informação está na documentação da URBS de cálculo da tarifa técnica, aquela que é paga às empresas concessionárias. A retração no custo foi registrada nos meses de junho, julho e agosto em relação ao dados de janeiro. Comparado ao custo médio do combustível de janeiro a agosto, o gasto com combustível por quilômetro rodado ficou 15% mais barato.
A tabela de cálculo da URBS também aponta redução de 4% no custo com impostos e taxas no período. Este item tem 7,82% de peso no custo total. O custo do combustível representa 21,67% da composição do valor gasto por quilômetro rodado no transporte coletivo em Curitiba. É o item com segundo maior peso no cálculo, atrás apenas dos custos com pessoal, que representa 40,91% do valor total.
No período, o gasto com pessoal variou 2% em relação a janeiro, apesar da data-base (e portanto a aplicação de reajustes salariais) da categoria ser em primeiro de fevereiro). O último acordo de reajuste da categoria com as empresas de transporte data de janeiro de 2022 e tem vigência até 31 de janeiro de 2024.
O Plural analisou a composição do cálculo do custo por quilômetro rodado de janeiro a agosto de acordo com os dados divulgados pela URBS. Os dados mostram que os maiores aumentos de custos entre janeiro e agosto foram nos itens Amortização (19% em relação a janeiro) e Rentabilidade Justa (16% em relação a janeiro).
A Rentabilidade Justa, segundo o contrato da concessão é “o ganho gerado na operação do sistema de transporte coletivo, em função dos investimentos realizados pelas contratadas em veículos, instalações, edificações, equipamentos e almoxarifado para operacionalizar os serviços do referido sistema, incluindo os impostos e contribuição social de ordem exclusiva“. Já a Amortização é a “reposição dos valores investidos na aquisição da frota, de acordo com a vida útil e valor residual estabelecido para cada categoria dos veículos do sistema“.
Esses valores têm incidência direta sobre o valor da tarifa técnica e, no fim, no déficit do sistema como um todo, já que a URBS paga às empresas concessionárias mais do que é arrecadado com a passagens pagas pelos usuários do sistema, que é de R$ 6. Em 2023, a diferença entre as duas tarifas já chegou a R$ 2,36, mas hoje está em R$ 0,70.
Sobre o/a autor/a
O prefeito Greca se faz de cego!
Se a tarifa e a divisão do custo total pelo número total de passageiros, o custo caindo a tarifa tem que cair, e o que diz o contrato. Só em Curitiba cai o custo e aumenta a tarifa. Isso cheira roubo!
MPPR reaja!