Sem acordo, greve caminha para terceira semana

Parlamentares tentaram intermediar proposta para acabar com paralisação de servidores

Após os servidores públicos ocuparem a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na última sessão do semestre – e exigirem dos deputados uma maior mobilização para resolução da greve do funcionalismo, que já dura 18 dias – representantes da mesa diretora da Alep se reuniram nesta quinta-feira (11/7) com o governador Ratinho Jr. (PSD) na tentativa de conseguir uma proposta para o fim da paralisação.  A reunião, no entanto, terminou sem acordo. Mais uma vez, o líder do Executivo não apresentou nenhuma alternativa de reposição salarial para as 28 categorias envolvidas no protesto. Com isso, os servidores seguem acampados em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico de Curitiba.

Segundo a coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais (FES), Marlei Fernandes, o governador continua irredutível em relação às pautas do funcionalismo público, insistindo que o Estado não tem dinheiro para repor os salários, congelados há três anos.  A reivindicação dos trabalhadores é, ao menos, pela reposição da inflação dos últimos 12 meses, de 4,94%. No total, desde 2016, quando ocorreu o último reajuste, a defasagem passa de 17%.

Grevistas ocuparam a Alep na terça-feira (9/7). Foto: Giorgia Prates/Plural

“Os deputados se reuniram com Ratinho e ele continua intransigente, com a mesma postura anterior, dizendo que não pode pagar a nossa data-base, querendo punir os grevistas, em uma prática antissindical. Tanto que ele não recorreu da legalidade da greve pois sabe que estamos no nosso direito e tem consciência que o Estado nos deve”, diz ela. “Ainda assim, prefere atuar com ameaças. Essa nem é mais uma questão financeira. O que ele tenta é impor uma derrota aos servidores, mas estamos firmes e seguros na nossa luta.”

De acordo com a sindicalista, a orientação é reunir os comandos de greve e organizar uma nova assembleia-geral no próximo sábado (13), às 9h, na tenda montada na Praça Nossa Senhora da Salete. “Vamos reafirmar nossa luta em defesa do serviço público”, garante Marlei.

Enquanto isso, os trabalhadores seguem acampados em frente às portas do Palácio Iguaçu e, pelo Paraná, 90% das escolas estaduais participam, integral ou parcialmente, da greve. O apoio ao movimento vem de 28 categorias, entre elas, as forças de segurança, como as polícias militar e civil e os agentes penitenciários.

Esposas de policiais participam dos protestos. Foto: Giorgia Prates/Plural

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