Paraná decreta ‘toque de recolher’ durante a madrugada

Só podem circular profissionais de serviços essenciais; medida visa conter coronavírus

Na noite desta terça-feira (1), governador Ratinho Jr (PSD) instituiu um ‘toque de recolher’ das 23h às 5h da manhã em todo o Paraná. A decisão foi publicada no decreto 6.284/2020 e vale por 15 dias, podendo ser prorrogada. Essa nova resolução começa a valer a partir desta quarta-feira (02) e visa conter a propagação da Covid-19.

Segundo o toque de recolher, nenhuma pessoa pode circular pelas ruas e espaços públicos do Estado durante a madrugada, com exceção de serviços e atividades essenciais. Para que a medida tenha efeito, o governador autorizou que a Secretaria de Segurança Pública  intensifique as “operações de fiscalização e orientação, a fim de coibir aglomerações, principalmente aquelas com consumo de bebidas alcoólicas”.

O decreto é uma resposta ao aumento no número de casos de Covid-19 nas principais cidades paranaenses. No último boletim epidemiológico, o Estado registrou  5,2 mil casos nas últimas 24 horas. Destes, 1,3 mil foram em Curitiba.

Outro critério citados na decisão é a lotação das UTIs: na Capital, elas já estão com os leitos ocupados em mais de 90% há uma semana; no Estado todo, a taxa de ocupação é de 86%.

O secretário de Saúde Beto Preto, em entrevista ao Bom Dia Paraná, afirmou que o Estado está no limite e pode faltar leitos para novos pacientes. “Não temos mais equipes. É momento de olhar, olho no olho, e falar que temos um período difícil nos próximos 20 dias, justamente no Natal. Se puder, não saia, mas se precisar, saia com a maior proteção possível.”

Beto Preto já tinha indicado que o toque de recolher seria decretado pela situação da área de saúde, que está próxima ao colapso. O novo decreto informa também que “a expansão de leitos de UTI exclusivos para Covid-19 já se encontra em seu último estágio, havendo falta de recursos humanos, insumos e equipamentos no atual panorama”.

Apesar disso, medidas como o lockdown, ou seja, o fechamento do comércio, ainda não está sendo discutido pelo governador. Regiões como Curitiba e a Região Metropolitana estão com recursos hospitalares e humanos esgotados, ao ponto de considerar transferir pacientes para o Interior. E, ao mesmo tempo em que os casos vêm aumentando, a própria Capital mantém um calendário de festas de Natal.

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