Consórcios do transporte receberam R$ 8,1 bi em dez anos

Valores pagos aos consórcios dos transporte supera média anual de despesas da cidade com obras públicas na gestão Greca e indica lucro estimado de quase R$ 1 bi no período

Os três consórcios que detém a outorga do serviço de transporte coletivo de passageiros de Curitiba receberam pelo serviço, no total, R$ 8,1 bilhões segundo dados do Portal da Transparência da prefeitura de Curitiba relato ao Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC). Muito embora desde dezembro de 2021 a arrecadação com venda de passagens não faça mais parte das receitas do fundo, os valores arrecadados continuam contabilizados como “Retenções em Carater Consignatório”, o que permitiu o cálculo feito pelo Plural.

Os dados desde 2013 do FUC apontam que os valores arrecadados com a venda de passagens representaram, em média, 80% dos valores pagos aos consórcios nos últimos três anos. Também indicam que com base no percentual relativo a Remuneração Justa das empresas concessionárias (informado no cálculo da tarifa técnica do sistema), os consórcios receberam só sob essa nomenclatura um total de R$  951.319.684,46 entre 2013 e 2023.

Esses dados mostram que sozinha a Rede Integrada de Transporte de Curitiba representa a quinta maior despesa do orçamento da cidade, atrás da Saúde com R$ 2,8 bilhões, Educação com R$ 2,4 bilhões, a Previdência dos Servidores Municipais com R$ 2,3 bilhões e os gastos com Administração (R$ 1,4 bilhão).

O aumento dos valores transferidos aos consórcios está na contramão do volume de passageiros transportados, que vem se reduzindo ano a ano, principalmente por conta do alto valor da tarefa.

Os valores pagos aos Consórcios, porém, representam apenas, em média, 78% do custo total do sistema. Entre 2012 e 2023, o FUC totalizou R$ 9,1 bilhões em recursos, R$ 1,54 bilhão em 2020 e 2021, durante a pandemia de Covid-19, quando houve aporte extra de recursos para o transporte coletivo.

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