Conheça a história das rainhas de bateria do carnaval curitibano

Elas se preparam durante meses para brilharem na avenida curitibana e defenderem suas escolas de samba. No próximo sábado (10), as 5 escolas de samba do grupo especial de Curitiba desfilam na Marechal Deodoro. De representante comercial a técnica em saúde bucal, conheça um pouco da história das rainhas de bateria curitibanas com o carnaval da cidade.

Thamy Cristiane Xavier de Oliveira – Deixa Falar

Thamy Cristiane Xavier de Oliveira, de 27 anos, é representante comercial e é a rainha de bateria da escola de samba Deixa Falar. Desde 2015, Oliveira já desfilava na Marechal Deodoro, mas naquela época como passista. “Comecei como passista em outra escola e fui convidada para ser rainha de bateria em 2020 pela Deixa Falar”, conta.

Mãe de dois filhos, Oliveira tenta organizar sua rotina de trabalho, o cuidado com a família e a rotina da escola de samba. “Não tenho muito tempo para focar na academia ou em treinos, mas sempre que encontro uma brechinha, eu treino meu samba e consigo me organizar para fazer minha fantasia”, diz.

A relação de Oliveira com o samba vem de berço. Filha de uma mãe curitibana e de um pai carioca, para a jovem, o carnaval está no sangue da família. “Desde os meus 2 anos eu vou assistir aos desfiles de Curitiba, isso porque na época meus pais desfilavam”, conta.

Este ano, a Deixa Falar desfila na Marechal Deodoro às 20h10, sendo a primeira escola a pisar na avenida, com o enredo ‘Desde que o samba é samba… é assim’.

Priscila de Arruda – Imperatriz da Liberdade

Priscila de Arruda, 32 anos, é personal trainer e é rainha de bateria da Imperatriz da Liberdade. Passista desde 2002, Arruda fala que o carnaval sempre fez parte da sua vida. “Primeiro, eu desfilava nas alas, depois virei destaque na escola. Em 2009, recebi um convite para ser rainha de bateria, mas na época, com minha filha recém-nascida, acabei recusando”, conta.

Apesar da pausa, o carnaval nunca saiu da vida de Arruda, que sempre sonhou em se tornar rainha de uma escola. “Eu fiquei um tempo sem participar do carnaval. Até que um dia minha irmã viu um anúncio no jornal que ia eleger a rainha do carnaval e princesas. Eu não me sai muito bem, porque fiquei muito tempo sem sambar. Isso foi em 2019. Na verdade, sempre foi um sonho meu ser rainha de bateria, isso desde a época em que eu saía como passista”, conta.

Mas foi em outro concurso que Arruda se tornou oficialmente rainha da bateria. “Eu entrei como passista e depois de 6 meses rolou um concurso interno para eleger a rainha de bateria. E entre novembro e dezembro de 2022, me coroaram como a rainha da bateria da escola e foi muito gratificante para mim”, diz.

Sendo personal trainer, Arruda faz sua própria preparação física para desfilar. Como ser rainha de bateria e o samba estão tão presentes em sua vida, até seu Trabalho de Conclusão de Curso foi sobre isso. “O tema do meu TCC foi sobre a preparação física para o samba, onde eu falo um pouco da Imperatriz e também da minha rotina como rainha de bateria. Eu levo muito a sério a minha rotina de treinos para ter o máximo de resistência dentro da avenida”, diz.

A Imperatriz da Liberdade desfila na Marechal às 21h15 com o enredo ‘Pra sobreviver tem que ser malandro, salve a malandragem saravá seu Zé’.

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Paolla Elisa Armentano Ferreira – Enamorados do Samba

Paolla Elisa Armentano Ferreira, 18 anos, é estudante e representa a Enamorados do Samba. A trajetória de Ferreira como rainha de bateria começou ainda na infância como rainha de bateria mirim. “Eu comecei como rainha de bateria mirim, não lembro exatamente quando, mas desde aquela época, eu já amava o carnaval”, diz.

O amor pelo carnaval é de família; a avó de Ferreira é fundadora da Enamorados do Samba. Apesar do amor pela escola e pelo carnaval, ser rainha de bateria começou mais como uma brincadeira. “Na verdade, eu queria ser ritmista, mas um dia eu estava sambando perto da bateria e me chamaram para sair junto com a rainha na frente da bateria e eu aceitei”, conta.

Ferreira se tornou oficialmente rainha de bateria da Enamorados do Samba aos 14 anos, em 2020. “É uma responsabilidade muito grande para uma menina de 14 anos, mas eu segurei essa responsabilidade e sou até hoje. Eu levo esse legado com a maior garra e força que tenho”, diz.

A estudante que respira carnaval o ano todo, neste ano já tem planos para depois do carnaval. Ela também vai focar nos estudos. “Depois do carnaval, eu vou começar a ir atrás de cursinhos, me formei recentemente e quero prestar vestibular”, diz.

Sendo uma das rainhas de bateria mais novas do carnaval de Curitiba, Ferreira diz que, apesar disso ser um pouco assustador, ela consegue driblar esse pequeno detalhe. “É um pouco assustador por conta da responsabilidade, mas por eu sempre viver o carnaval, isso – a idade – não pesou tanto”, diz.

Este ano, a Enamorados do Samba entra na avenida às 22h20 com o samba enredo ‘Café: rotas de ricas histórias, cultura e desenvolvimento’.

Cecília Castro Rodrigues Verdeiro – Acadêmicos da Realeza

Cecília Castro Rodrigues Verdeiro, 41 anos, é assistente de pós-vendas e representa a Acadêmicos da Realeza. A história de Verdeiro com a escola de samba vem de longa data; desde 2003, ela já integrava o time da Acadêmicos. “Fui madrinha de bateria da escola até 2012, quando precisei me afastar porque tive minha filha. Depois de 5 anos, eu voltei como passista e no ano passado fui coroada como rainha da bateria”, conta.

Verdeiro brinca que vive o carnaval mesmo fora de época. “Eu não vivo a minha escola só um mês ou dois meses, eu vivo ela o ano inteiro. Normalmente estou falando da escola e buscando novas coisas para ela. Se for olhar para minha vida, metade dela foi na escola”, diz.

A assistente de pós-vendas conta que se apaixonou pela escola de samba no momento em que entrou na quadra, paixão essa que parece ter passado gerações e ter chegado aos filhos da rainha de bateria. “Meus filhos vão para quadra comigo, a minha filha já é passista mirim há 6 anos e meu filho no próximo ano já começa na escolinha de bateria da escola”, diz.

A Acadêmicos da Realeza foi a vice-campeã dos desfiles do grupo especial das escolas de samba de Curitiba no ano passado. Com altas expectativas, Verdeiro pisa na avenida às 23h35 com a Acadêmicos, o enredo da escola é ‘Ecos de Zumbi’.

Patricia Vanessa – Mocidade Azul

Patrícia Vanessa, 38 anos, é técnica em saúde bucal e graduanda em odontologia, na avenida curitibana a rainha de bateria representa a Mocidade Azul. Vanessa defende a Mocidade Azul há trinta anos. “Eu entrei na escola com 08 anos, passei pelas alas das crianças, alas das passistas e rainha da escola. Me tornei rainha de bateria na escola em 2011, conforme a hierarquia da escola”, diz.

Vanessa revela que em época de carnaval a rotina aperta, os treinos se intensificam e os ensaios também, mas ela consegue conciliar o carnaval com a rotina do dia a dia. “Durante o carnaval tenho ensaios de sexta a domingo, treino durante a semana e me divido entre meus afazeres de casa e o trabalho”, conta.

Mãe de dois filhos, a rainha de bateria reserva um tempo especial para cuidar da família. Nesse caso duas a que ela gerou e a construiu ao longo dos anos dentro da escola. “Durante esses 30 anos eu acompanho a evolução e crescimento da escola, com isso acabei criando alguns laços familiares por lá também”,diz.

A técnica em saúde bucal morou durante 10 anos no Rio de Janeiro e por lá também desfilou por algumas escolas, isso é claro sem nunca abandonar o carnaval curitibano. “Eu fui passista em algumas escolas do Rio de Janeiro, mas nessa época eu continuava vindo para Curitiba no período do carnaval para também desfilar por aqui”,conta.

Campeã do carnaval do ano passado, esse ano a Mocidade Azul entra na avenida à 0h40 com o samba enredo ‘Da Vila Tassi ao Fazendinha’, que irá contar um pouco da história do carnaval paranaense.

Serviço

Carnaval 2024 – Programação na Rua Marechal Deodoro 

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