Resultado da eleição antecipa disputa de 2024 em Curitiba

Eleições de 2022 mostram como fica o cenário para 2024, quando Greca tentará eleger seu sucessor em Curitiba

O resultado do primeiro turno das eleições de 2022 em Curitiba fez mais que revelar os eleitos. O Plural separou os resultados da votação na capital e separou quem se saiu melhor nas urnas curitibanas. Com isso, identificou quem já saiu na frente para a eleição de 2024, quando estarão em disputa a Prefeitura de Curitiba (o atual prefeito, Rafael Greca, do PSD, não pode concorrer à reeleição) e as 38 vagas na Câmara Municipal.

Na eleição para prefeito, os potenciais candidatos mais promissores vêm da disputa para o Senado. O ex-juiz e senador eleito Sergio Moro (União) fez 421 mil votos em Curitiba, um total que se aproxima dos 499 mil votos que reelegeram Greca em 2020. Seu concorrente mais próximo, Paulo Martins (PL), fez 256 mil votos entre os curitibanos, o que também o coloca como potencial candidato a prefeito.

Moro, porém, pode tentar viabilizar uma candidatura nacional em 2026 e não deve vir para a eleição municipal, o que abre espaço para Paulo Martins, que já tentou emplacar uma candidatura à prefeitura de Curitiba.

Conservadores

Ainda na ala conservadora, Deltan Dallagnol (Podemos), que se elegeu deputado federal, a ex-secretária de saúde de Curitiba, Márcia Huçulak (PSD), o delegado e deputado federal eleito Matheus Laiola (União) e o deputado estadual eleito Ney Leprevost Neto (União) aparecem entre os melhores desempenhos na capital.

O único empecilho para a candidatura dessa ala é que o atual vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), é visto como o sucessor natural e teria a preferência na disputa com apoio tanto do governador Ratinho Junior (PSD) quanto do prefeito, Rafael Greca. Mas os resultados do primeiro turno colocam Huçulak na preferência para uma vaga de vice na chapa de Pimentel, um caminho seguido já no passado por outros ex-prefeitos da capital – foi o que aconteceu com o também ex-secretário de saúde, Luciano Ducci (PSB), eleito vice na chapa de Beto Richa antes de ser prefeito.

Progressistas

Na ala progressista, a principal concorrente é a atual vereadora e deputada federal eleita Carol Dartora (PT), que desbanca a presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann no desempenho em Curitiba. Além de primeira deputada federal negra eleita pelo Paraná, Dartora teve quase 16 mil votos a mais que Gleisi na capital. As demais concorrentes progressistas seriam a ex-deputada federal Rosane Ferreira (PV) e Desiree (PDT). Ambas disputaram a eleição para o Senado e fizeram mais de 40 mil votos em Curitiba.

Rosane, porém, tem uma base mais forte em Araucária, cidade em que já disputou a prefeitura. E Desiree tem, no PDT, a concorrência do deputado estadual Goura, candidato natural à vaga pela legenda.

Desempenho em Curitiba em 2022

SERGIO FERNANDO MORO (421.110 votos)
PAULO EDUARDO LIMA MARTINS (256.966 votos)
DELTAN MARTINAZZO DALLAGNOL (156.394 votos)
ANA CAROLINA MOURA MELO DARTORA (61.085 votos)
CLEUSA ROSANE RIBAS FERREIRA (59.480 votos)
MARCIA CECILIA HUÇULAK (57.368 votos)
MATHEUS ARAUJO LAIOLA (55.261 votos)
NEY LEPREVOST NETO (51.403 votos)
GLEISI HELENA HOFFMANN (44.886 votos)
ENEIDA DESIREE SALGADO (43.881 votos)

Disputa na Câmara de Curitiba

Com base apenas nos votos obtidos no último domingo, 2 outubro e sem a concorrência dos que conquistaram suas vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, a disputa pela Câmara de Curitiba com base no desempenho do primeiro turno resultaria numa Casa com um assento a mais para a oposição, apesar do mau desempenho do PDT e a dificuldade do PV em fazer o quociente eleitoral prejudicarem esse esforço.

Os dados mostram que até 2024 o PDT terá que melhorar a performance dos seus candidatos a vereador e trazer novos nomes para não perder um dos três assentos que detém hoje. O partido, porém, não contou este ano com os votos do vereador Dalton Borba, que decidiu não disputar a eleição para deputado federal.

Já no PV, os principais concorrentes, a atual vereadora Maria Letícia e o professor Mocellin provavelmente terão que mudar de legenda caso queiram permanecer competitivos em 2024. Os dois tiveram desempenho melhor que os pedetistas Roberta Cibin, Luan da Silva e Everton Passos, mas teriam dificuldade em fazer o quociente eleitoral, que deve ficar entre 21 a 27 mil votos.

No PT, com a migração de Dartora para a Câmara Federal e Renato Freitas e Ana Júlia para a Assembleia Legislativa, o partido vê o surgimento de novos candidatos potenciais, como a líder comunitária Andreia de Lima, o sindicalista Nelson de Souza (Nelsão da Força) e o radialista André Nogueira. O partido também terá na Câmara a partir de 2023 o ex-deputado federal Vanhoni e a fotojornalista Giorgia Prates, que assumirão as vagas da legenda no lugar de Dartora e Freitas.

No MDB, que atua mais ao Centro na Câmara, o partido teria dificuldade em garantir o quociente eleitoral e um de seus dois vereadores ficaria de fora. Pela votação de domingo, o professor Euler se elegeria, mas Noemia Rocha não.

Na ala conservadora, o NOVO perderia um assento na Casa com o fraco desempenho do suplente de Indiara Barbosa, Rodrigo Marcial (3 mil votos) e sem ter conseguido repetir o recorde de votos dela em 2020. João Bettega fez 11 mil votos na capital seguido de Anne Dias, que fez mais votos que a atual vereadora Amália Tortato (7 mil votos). Nem Barbosa, nem Tortato participaram da eleição este ano.

Em outras legendas, figuras controversas e mais radicais que os atuais ocupantes da Câmara ganharam espaço, como o jornalista Oswaldo Eustáquio, o ex-candidato a prefeito Ogier Buchi (PL) e a ex-psicóloga e promotora da “cura gay” (um tratamento condenado por autoridades de saúde que promete “converter” homossexuais) Marisa Lobo (PTB).

Lobo, porém, está num partido que não cumpriu a cláusula de desempenho nessas eleições e também não conseguiria o quociente eleitoral, apesar dos 7 mil votos dela. Com esse desempenho é possível que ela seja sondada por outras legendas.

Ainda entre os partidos que terão dificuldades para fazer o quociente eleitoral, o Cidadania precisa melhorar o número de votos na capital para garantir a manutenção de seu atual vereador, o jornalista Herivelto Oliveira, mas em melhor situação que o Democracia Cristã, que fez apenas 6 mil votos em Curitiba, o que deixaria o atual vereador, Salles do Fazendinha, de fora da Câmara.

A Câmara também manteria uma representação forte de líderes evangélicos com a reeleição de Ezequias Barros (PMB) e a eleição de outras lideranças, como Itamar Paim Pruch (PL), da Igreja do Evangelho Quadrangular.

Entre os mais moderados, os novos nomes incluem a ex-candidata a prefeita de Curitiba e filha do senador Flavio Arns, Carolina Arns.

Desempenho em Curitiba em 2022 – vereadores

PT (5 a 6 vagas)
JOSETE DUBIASKI DA SILVA (16.287 votos)
NELSON SILVA DE SOUZA (3.059 votos)
ANDREIA SOARES DE LIMA (2.895 votos)
ANDRÉ FONTOURA NOGUEIRA (2.674 votos)
ANDERSON TEIXEIRA (2.633 votos)
ANDERSON FERREIRA DA SILVA (1.927 votos)
JULIANA CHAGAS DA SILVA MITTELBACH (1.780 votos)
GIORGIA TAIS XAVIER PRATES (1.340 votos)

UNIÃO BRASIL (5 a 6 vagas)
TÂNIA MARA ABRÃO GUERREIRO (10.059 votos)
OSWALDO EUSTÁQUIO FILHO (6321 votos)
GERALDO GABRIEL MENDES (4.317 votos)
LETÍCIA CHUN PEI PAN (2.473 votos)
LEOPOLDO COSTA MEYER (1.659 votos)
ANGELA CHRISTIANNE LUNEDO (1.510 votos)
SANDRA MARA VOLF PEDRO EUSTÁQUIO (1.435 votos)

MDB (0 a 1 vagas)
EULER DE FREITAS SILVA JUNIOR (12.453 votos)
NOEMIA DE SOUZA E SILVA ALVES ROCHA (9.184 votos)
SILBERTO CARDOSO (3.367 votos)

PMB (0 a 1 vagas)
EZEQUIAS DE SOUZA BARROS (8.764 votos)
PAULO HENRIQUE RIVERA DE MELO (2.812 votos)

PL (3 a 4 vagas)
ITAMAR PAIM PRUCH (10.490 votos)
OGIER ALBERGE BUCHI (6.671 votos)
CARLISE APARECIDA KWIATKOWSKI (4.839 votos)
ANDERSON FERREIRA MARQUES (2.545 votos)
JAIRO TAMURA (2.231 votos)

PSD (4 a 5 vagas)
GIOVANNA STALLIVIERI FERNANDES (6.029 votos)
MÁRCIO GENÉSIO DE BARROS (4.188 votos)
MARCUS MAURICIO DE SOUZA TESSEROLLI (3.466 votos)
RODRIGO TLUSTIK VENEK (1.929 votos)
ALEXANDRE MENDES DA SILVA (1.618 votos)
MÁRCIA SCHIER (1.148 votos)
WILMAR REICHEMBACH (1.127 votos)

PODEMOS (2 a 6 vagas)
CAROLINE ARNS DE SANTA CRUZ ARRUDA (10.213 votos)
MARCOS DE OLIVEIRA LUZ (5.453 votos)
MARCIA APARECIDA DOS SANTOS (1.183 votos)

PDT (1 a 2 vagas)
MARCOS ANTONIO VIEIRA (10.408 votos)
ROBERTA CIBIN DO NASCIMENTO (2.882 votos)
LUAN HENRIQUE AZEVEDO DA SILVA (1.506 votos)
EVERTON RODRIGUES PASSOS (1.427 votos)

REPUBLICANOS (1 a 2 vagas)
CARLOS EDUARDO NERES LOURENÇO (7.185 votos)
WALDEMIRA DE LOURDES GRAÇANO (6.450 votos)
MARILEI DE SOUZA LIMA (5.952 votos)

PP (3 vagas)
PIERPAOLO PETRUZZIELLO (18.117 votos)
CHRISTIANE DE SOUZA YARED (10.791 votos)
WANDERLEI CESAR DA SILVA (8.818 votos)
PAULO ROBERTO DA COSTA (7.410 votos)
EDER FABIANO BORGES ADÃO (5.720 votos)
CESAR ANTONIO TUOTO SILVEIRA MELLO (5.557 votos)

PROS (1 vaga)
LEÔNIDAS EDSON KUZMA (14.030 votos)
GUSTAVO SILVEIRA DA COSTA (10.434 votos)
SAMUEL PEREIRA DA SILVA (7.419 votos)

NOVO (1 vaga)
JOÃO VICTOR MATTOS LEÃO BETTEGA (11.524 votos)
ANNE CAROLINE LAURINDO DIAS (7.064 votos)
RODRIGO MARCIAL LEDRA RIBEIRO (3.294 votos)

SOLIDARIEDADE (1 vaga)
LUIZ GOULARTE ALVES (19.295 votos)
MARLY PAULINO FAGUNDES (8.700 votos)
JOSE MARCIANO ALVES BEZERRA (5.714 votos)

PV (0 a 1 vaga)
MARIA LETICIA FAGUNDES (8.868 votos)
RENATO MOCELLIN (8.041 votos)

PSDB (0 a 1 vaga)
LUCAS CÂMARA MOURÃO (1.086 votos)

PSB (0 a 1 vaga)
LUCAS SIQUEIRA DIONISIO (2.218 votos)
MARCOS CESCHIN (1.495 votos)

PTB (0 vaga)
MARISA LOBO FRANCO FERREIRA ALVES (7.357 votos)

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2 comentários em “Resultado da eleição antecipa disputa de 2024 em Curitiba”

  1. Olá Rosiane, muito boa a análise. Faria apenas uma correção, se me permite. O PV e o PT estarão federados em 2024, daí que a projeção de vereadores desses partidos deva ser readequada. Um abraço.

    1. Rosiane Correia de Freitas

      Oi Rodolfo, tudo bem? Então, a ideia era analisar o desempenho individual dos candidatos e partidos. Mesmo dentro da federação, o PV teria dificuldade em emplacar um vereador, apesar do bom trabalho dos candidatos. Veja, na Câmara tem vereador eleito com 3 mil votos. A Maria Letícia fez 8 mil e ficaria de fora. O que a federação significa para esses partidos menores é que eles vão ser engolidos. Obrigada pela colocação. Rosiane

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