Greca gastou R$ 6,4 mi com jornais de Curitiba em 8 meses

De janeiro a agosto de 2023, 187 veículos jornalísticos venderam espaço publicitário para a prefeitura de Curitiba. Município é um dos maiores anunciantes individuais da cidade

A prefeitura de Curitiba liderada por Rafael Greca (PSD) gastou entre janeiro e agosto de 2023 R$ 6,4 milhões com veiculação de publicidade em 187 veículos jornalísticos da cidade. Os gastos são apenas parte do orçamento de Comunicação Social da prefeitura e se referem a um contrato de R$ 24 milhões com a agência de publicidade G/PAC assinado em 2018. O Plural consultou uma a uma todas as notas fiscais relativas aos primeiro 8 meses do ano para detalhar para onde foram R$ 9,9 milhões gastos no período.

Desse total, 64% foi pago para jornais, emissoras de rádio e tv e portais de notícias online para veiculação de material publicitário da administração municipal. A principal destinatária do recursos foi a Sociedade Radio Emissora Paranaense SA, mais conhecida para RPC TV ou TV Paranaense, retransmissora da Rede Globo no Paraná. A empresa recebeu R$ 1,5 milhões ou 23,4% de todo gasto analisado.

A RPC TV é de propriedade de Ana Amélia Cunha Pereira Filizola e Mariano Lemanski. Filizola é irmã e também sócia de Guilherme Doring da Cunha Pereira no jornal Gazeta do Povo e da Editora O Estado do Paraná, proprietária do jornal Tribuna do Paraná, que recebeu R$ 86 mil de verba publicitária. Na RPC TV, segundo a própria empresa, 387 mil espectadores em média acompanham o jornal Meio Dia Paraná.

Outros R$ 612 mil foram para a Rede Massa, emissora da família do governador Ratinho Júnior. Em terceiro lugar está a RIC TV, de Leonardo Petrelli Neto, que recebeu R$ 563 mil. As tevês figuram entre as empresas que receberam os maiores valores porque o espaço publicitário na tevê aberta é mais caro que em outras mídias.

Entre os jornais o maior destinatário de verbas publicitárias da prefeitura foi a Folha da Manhã, proprietária da Folha de São Paulo, com R$ 255 mil. A Favretto Outdoor recebeu outros R$ 176 mil. O Portal Bem Paraná recebeu R$ 130 mil, o maior valor entre os sites jornalísticos. O Bem Paraná tem como sócio proprietário Rodrigo Barrozzo, que é titular do Cartório 2º Tabelionato de Protestos de Títulos de Curitiba.

A Prefeitura de Curitiba também investiu na compra de anúncios em redes sociais. Foram R$ 480 mil gastos na veiculação direta de anúncios no Instagram, Facebook, Tiktok, Google e sistemas de envios de SMS e Whatsapp.

O orçamento de publicidade da Prefeitura de Curitiba é um dos maiores valores investidos na área por uma única entidade na cidade. Mas além de investir nos grandes veículos, a prefeitura também compra espaço publicitário em jornais e sites menores, como jornais de bairro, revistas de clubes como o Curitibano e o Santa Mônica, jornais na região metropolitana, sites como o XV Curitiba e blogs de política como o Politicamente e o Blog do Zé Beto.

Os valores sistematizados pelo Plural são, no entanto, apenas uma parte do orçamento de publicidade da prefeitura.

Confira a discriminação dos valores pagos por veículo aqui:

Sobre o/a autor/a

6 comentários em “Greca gastou R$ 6,4 mi com jornais de Curitiba em 8 meses”

  1. Carlos André Carvalho

    Isso explica muita coisa. Como por exemplo as únicas matérias “criticando” ou “cobrando” a prefeitura se referem a qualidade do asfalto, e nada mais.
    Não se questiona nada, não se dá espaço à oposição política. Não há debate, apenas publicidade. Somos “a cidade mais inteligente” nos panfletos, e a mais desigual na realidade dos subúrbios e favelas.

  2. Justo seriam os jornalistas, produtores e editores, que fazem as matérias sobre temas relacionados à prefeitura, receberem uma comissão desse valor também. Nem digital influencer faz propaganda de graça….

  3. As prioridades de Rafael Creca se conhecem desde o tempo “das caravelas”, uma pena mas reflexo da responsabilidade do eleitor curitibano com relação a esse personagem da política do Paraná, que certamente legado será zero.

  4. Sabe quando você sabe que a administração pública é ruim ou boa?
    Fácil de se descobrir, basta saber o quanto ela gasta com a sua conta publicitária.
    Simples assim, quem faz obras importantes, elas impactam diretamente o cidadão e falam por si.
    Agora quando o gestor publico se presta somente a fazer obras medíocres e inacabas, precisa comprar títulos e premiações para dar destaque a cidade, aí precisa pagar para calar os meios de comunicação e por notas de elogios.

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