Um desses 16 será prefeito de Curitiba; veja quem são

Tem opção para todo gosto, da extrema esquerda à extrema direita

As eleições de novembro serão atípicas em Curitba, não apenas em razão da pandemia, mas também pelo recorde de postulantes à prefeitura. Apesar da desistência de cinco pré-candidatos, alguns deles competitivos eleitoralmente, a Capital terá um total de 16 candidatos à prefeito, crescimento significativo em relação aos nove registrados em 2016. Até então, o maior número de candidatos à prefeito desde o início dos anos 2000, havia sido nas eleições de 2004, que tinha 13 concorrentes.

Os partidos podem inscrever os seus candidatos até o dia 26 de setembro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A partir do dia 27, está permitida a propaganda eleitoral. A divisão de tempo de propaganda deve ser divulgada nos próximos dias.

Com o fim das convenções partidárias em 16 de setembro, alguns nomes competitivos eleitoralmente confirmaram que devem disputar as eleições. Um deles é o atual prefeito, Rafael Greca (DEM), que é candidato a reeleição e conta com o apoio do governador Ratinho Jr (PSD). Além de contar com a máquina pública do seu lado, Greca também pode se beneficiar com o fato de suas ações ganharem maior visibilidade em razão do combate à Covid-19.

Lançado no último sábado (12), o deputado estadual, Goura (PDT) é um nome forte do campo progressista na tentativa de desbancar a reeleição de Greca. No entanto, mesmo antes da propaganda eleitoral começar, o parlamentar disse que não há tempo para estruturar a união entre partidos de esquerda contra a gestão do atual prefeito.

O deputado estadual Fernando Francischini (PSL) é outro candidato que pode ser competitivo. O Ex-secretário de Segurança Pública da gestão Beto Richa nunca escondeu que queria disputar a Prefeitura de Curitiba e com a desistência de Ney Leprevost (PSD) do pleito, quer se consolidar como a principal alternativa de oposição – no campo da direita – contra Rafael Greca.

A concorrência fica ainda maior com o registro de candidaturas de partidos tradicionais. Um deles é Paulo Opuszka (PT), professor de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), concorre a sua primeira eleição, com a missão de liderar uma ascensão do seu partido em Curitiba.

O ex-deputado federal, João Arruda (MDB) foi anunciado como o candidato do MDB para as eleições. A definição do seu nome veio apenas no último dia das convenções partidárias, já que seu tio, o ex-governador Roberto Requião, chegou a ser cotado como o representante do partido.

A eleição também terá nomes que “correm por fora” na disputa, como o da deputada federal, Christiane Yared (PL) e o do médico e candidato a vice-prefeito na chapa de Ney Leprevost em 2016, João Guilherme (Novo). O postulante do Novo é uma aposta do diretor presidente do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, que em entrevista a Band TV, afirmou que o nome de João deve crescer no decorrer da disputa.

Outros nomes confirmados para a disputa são: Caroline Arns, filha do senador Flavio Arns (Podemos); Professor Mocellin (PV); Camila Lanes (PCdoB); Diogo Furtado (PCO); Eloy Casagrande (Rede); Letícia Lanz (PSOL); Marisa Lobo (Avante); Samara Garratini (PSTU) e Zé Boni (PTC).

Desistências

Apesar do número expressivo, a quantidade de candidaturas poderia ter sido ainda maior, já que alguns concorrentes retiraram os seus nomes da disputa antes das convenções. Um deles é o ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT) que retirou seu nome em razão da falta de dinheiro do partido para fazer uma campanha considerada competitiva. Em seu lugar, o deputado estadual Goura assumiu a missão.

O deputado federal Ney Leprevost (PSD) retirou sua pré-candidatura em razão de um pedido do ex-governador Ratinho Jr (PSD). Politicamente, o governador se beneficia com a reeleição de Greca, já que o vice do atual prefeito, Eduardo Pimentel, se transferiu para o PSD no início de abril. Ratinho quer que Leprevost reassuma o cargo de secretário da Justiça, Família e Trabalho do Governo do Paraná.

Outros nomes que desistiram de concorrer foram o do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) e o do ex-prefeito de Pinhais, Luizão Goulart (Republicanos). Os dois decidiram apoiar a reeleição de Greca. O ex-assessor de Beto Richa, Edson Lau (PSDB), que seria o representante dos tucanos na eleição, decidiu que vai apoiar Fernando Francischini. O advogado Thiago Chamuleira (Patriota) trocou a candidatura à Prefeitura pela de vereador.

Mais partidos e mais candidatos

Com o número recorde de candidatos à Prefeitura de Curitiba, a fragmentação dos votos se torna ainda maior. A tendência é que esse fenômeno de crescimento também aconteça na Câmara de Vereadores. Nas eleições de 2016, foram 1097 candidatos contra 679 em 2012

De acordo com o cientista político, Luiz Domingos Costa, há três razões anteriores à pandemia que ajudam a entender o crescimento das candidaturas. A primeira delas é a fragmentação partidária com o fim das coligações. Com isso, os partidos precisam lançar candidatos próprios se quiserem alcançar o objetivo de vencer eleição.

Outro fator está no aumento na importância das redes sociais no processo eleitoral, já que a campanha no “corpo a corpo” está proibida. “Dão (redes sociais) a sensação de que qualquer um tem vez e voz”, afirmou Costa.

Para o especialista, a terceira possibilidade é que esse aumento de candidaturas seja um estímulo para puxar votos para os vereadores, já que ao todo são 33 partidos políticos no Brasil e quem não tiver candidatura própria pode ter dificuldades em conseguir uma cadeira na Câmara de Curitiba.

Ao mesmo tempo, partidos de menor expressão que não tem nenhum postulante à prefeito, também podem ser beneficiado pelas chamadas “sobras eleitorais”. Para preencher as sobras, primeiro o número de votos por partido nas eleições deve ser dividido pela quantidade de vagas para se chegar ao quociente eleitoral, que é dividido pelo número de votos de cada partido. O resultado final é o quociente partidário.

Com o fim das coligações para as eleições de 2020, Luiz Domingos alerta que a Legislação Eleitoral abriu a possibilidade de dividir as sobras eleitorais entre todos os partidos, inclusive para aqueles que não alcançarem o quociente eleitoral. “Isso franqueia o acesso as cadeiras para partidos pequenos mesmo sem a votação da carona que eles tinham na coligação”, diz o cientista político.

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