Câmara encerra investigação sobre email racista e quer seguir com cassação

Corregedoria concluiu que mensagem foi enviada, mas não da caixa de email de Sidnei Toaldo. Com conclusão, Câmara quer retomar cassação de Renato Freitas

A Câmara de Curitiba encerrou a sindicância que apurava a autoria do email racista enviado ao vereador Renato Freitas (PT). A mensagem que indicava ter tido origem no email de outro vereador, Sidnei Toaldo (Patriota), que é relator do processo de cassação contra Freitas. A sindicância concluiu que o email é forjado, ou seja, não foi enviado através da caixa de entrada de Toaldo, mas não conseguiu identificar a autoria.

Com o resultado da investigação em mãos, a Câmara já solicitou ao Tribunal de Justiça que permita o prosseguimento do processo de cassação de Renato Freitas, suspenso por uma liminar que determinou justamente a conclusão das investigações.

O relatório final da sindicância, que é assinado pela vereadora Amália Tortato (NOVO), atual corregedora da Câmara, conclui que o email foi enviado por um serviço online que simula o envio por outras caixas de email, sem a necessidade de acesso a elas. O texto também afirma não ter detectado tentativas de invasão do email do vereador Sidnei Toaldo.

A conclusão da sindicância é resultado, na realidade, de uma informação simples que pode ser obtida por qualquer pessoa com acesso ao email original. A reportagem do Plural simulou a mesma situação, enviando um email através do mesmo serviço para outro email, com autorização dos remetente. A origem da mensagem é claramente indicada nos metadados do arquivo de email, conforme imagem abaixo.

Além disso, a investigação descartou acesso externo ao email do vereador Sidnei Toaldo ao não detectar acesso ao login do parlamentar no período de tempo em que o email racista teria sido enviado. Ou seja, a sindicância concluiu que:

  • o email foi efetivamente enviado e recebido por Renato Freitas
  • o email não foi enviado da caixa de email de Sidnei Toaldo

Apesar da conclusão, o relatório não indica ter investigado se houve acesso ao site do serviço utilizado dentro da rede da Câmara. A versão final do documento difere pouco da versão preliminar, quando a Câmara tentou pela primeira vez derrubar a liminar que impede a votação da cassação de Freitas no plenário.

A defesa de Renato Freitas afirma que as conclusões são “genéricas e açodadas” e que não encerram o assunto. “O Vereador Renato Freitas ainda se sente frontalmente atingindo e não aceita uma solução paliativa sobre o caso. Igualmente grave o fato da Corregedoria não ter acessado o computador do Vereador Sidnei Toaldo, mas acessou apenas o computador do Vereador Renato Freitas, o que, em tese, demonstra parcialidade”, afirmou o advogado Edson Vieira Abdala.

O relatório completo da sindicância pode ser consultado aqui:

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1 comentário em “Câmara encerra investigação sobre email racista e quer seguir com cassação”

  1. A Amália é a pior Corregedora da história.
    Não teve um caso de plágio envolvendo ela?
    Ela ignora que o pessoal usa serviço VPN. VPN é como camisinha na internet.
    Plural, envia um e-mail pro provedor desse serviço de email da República Tcheca e pergunta se teve algum acesso aos serviços deles de IP Brasileiro na data/horário que o vereador Renato Freitas recebeu a mensagem (10 mins antes/10 mins depois).
    A justiça do Brasil pode pedir pra justiça da República Tcheca qual/quais IPs acessaram o link no horário do e-mail enviado pro Renato (daí independente de país). Uma busca em reverso. Daí faz as buscas pelo(s) IP(s).
    No interim, coloca uma capivara na Corregedoria da câmara que com certeza vai sair trabalho melhor feito.

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