Barros quer prisão por pesquisa errada. Mas não diz se pesquisa interna acertou

Líder do governo Bolsonaro reclama de Datafolha e Ipec, mas se recusa a dizer que tracking acertou resultado

Líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) disse um dia após sua reeleição que pretende apresentar um projeto para punir até com pena de prisão diretores de institutos de pesquisa. “O engenheiro que derruba um prédio vai preso, o mesmo vale pra um médico que mata o paciente. E agora vai ser assim com pesquisas”, disse, irritado porque os institutos erraram a quantidade de votos de Bolsonaro.

Barros tem um problema com pesquisas. Em 2002, quis proibir a divulgação de números nas últimas duas semanas da eleição. Em 2015, tentou uma CPI. Agora a proposta é mais radical. “O Datafolha errou três das quatro pesquisas na véspera. O Ipec errou mais de 20. Não pode continuar assim”, diz ele.

Segundo o deputado, a questão provavelmente é de má fé. Mas poderia ser também de imperícia, e não faria diferença em sua opinião. Quando questionado pelo Plural, porém, se a pesquisa interna da campanha de Bolsonaro identificou que o presidente tinha perto dos 43% registrados nas urnas, Barros desconversou. “Pesquisa interna é para consumo reservado”, disse.

Barros afirma que quer aprovar o projeto o quanto antes. Primeiro, porém, vai consultar outros líderes para medir a possibilidade de aprovação. Pode estar em vigor já no segundo turno? “Seria bom”, disse ele. “O pessoal errou muito e deu margem para tomar fumo.”

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