A Copel voltou a ter que se explicar junto a Bolsa do Brasil (B3) sobre a ocorrência de negociações atípicas de ações. A companhia se encontra em processo de privatização desde que o Governo do Paraná – seu principal acionista e controlador – anunciou o interesse de abrir mão do controle da empresa em 2022.
Negociações atípicas é como a Bolsa chama situações em que o padrão de negociação e o volume de ações negociadas é alterado momentaneamente sem uma razão clara. A Bolsa prevê regras para divulgação de Fatos Relevantes e informações para investidores de forma a prevenir o uso de informações privilegiadas nas negociações.
As negociações indicadas como atípicas pela Bolsa aconteceram no dia 23 de junho, quando houve oscilação de 5,34% no valor das ações durante o dia, superior a média dos nove dias anteriores, que foi de -0,42%. Houve também uma negociação de 70% mais ações e um volume negociado 73% acima da média dos pregões anteriores.
Quem comprou a ação na abertura do mercado no dia 23 e vendeu na alta pode ter ganho até 7% sobre o capital investido. Em um investimento, por exemplo, de R$ 100.000,00 o retorno foi de R$ 7 mil em um único dia.
Em 2022 a Copel já havia sido alertada de outras três negociações atípicas pela Bolsa no período que antecedeu o anúncio do Governo do Paraná de que abriria mão do controle da empresa e venderia parte de suas ações e a votação do projeto de lei que autoriza o governo a fazer a venda pela Assembleia Legislativa.
Além disso, em abril de 2023 a Bolsa também notificou a Copel após o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) violar o sigilo imposto a informações privilegiadas em uma entrevista sobre a venda da empresa. Em declaração dada a Coluna Broadcast do jornal O Estado de São Paulo, o governador antecipou o cronograma previsto da venda da estatal.
Tanto a Copel quanto o Governo do Paraná negaram à Bolsa do Brasil terem conhecimento de informação relevante que pudesse levar à negociação atípica registrada no dia 23 de junho.
Sobre o/a autor/a
Ratazana devorando o patrimônio Público, como fez com a Copel Telecom.