Livia Deboni abre sua exposição no próximo sábado. Foto: Divulgação
Neste sábado (25), a artista curitibana Livia Deboni inaugura sua primeira exposição individual, intitulada “Vinca”, marcando também o início das atividades de um novo espaço de exposições na capital paranaense, o Asa BASA. O espaço fica no emblemático Edifício ASA, no Centro, em frente à Praça Osório.
Idealizado por Lucas Velloso, curador da rede de artistas BASA, o projeto iniciou com um espaço de residência artística, também no centro de Curitiba, mais precisamente na rua Doutor Muricy, onde um artista recebe acompanhamento curatorial ao longo de três meses. “É justamente no final desse período de mentoria e produção em nosso atelier, que chegamos em uma exposição”, explica. “Como no caso da Livia, a intenção é que além da colaboração no desenvolvimento artístico de uma profissional em início de carreira, com essa experiência ela também esteja equipada para atuar no circuito de arte contemporânea e em seu mercado”, completa.
Livia Deboni, que é formada em Design Gráfico, também faz assistência de curadoria e circula pelo universo das histórias em quadrinhos, como autora independente. Em todo seu percurso, inclusive na mostra que inaugura neste sábado, Livia percorre questões ligadas à afetividade e identidade de gênero, transitando entre a narrativa, a pintura e o desenho.
A pesquisa
A pesquisa artística de Livia Deboni trata de histórias não contadas sobre relações homoafetivas. Através de documentos, cartas e romances, a artista reconta histórias e as reinterpreta. “É também uma maneira de me descobrir e ver como eu mesma me relaciono com a minha própria identidade”, comenta.
Muitas de suas obras recentes foram feitas sobre folhas e capas de livros encontrados em sebos. “Foi um trabalho de garimpo e identificação estética com esses materiais que usei como suporte”, conta a artista. “Vinca, o nome da exposição, remete às dobras do papel que escondem textos, às cartas de amor entre mulheres, mas também é o nome de uma flor”.
Ao todo, sua investigação como artista residente gerou 24 obras. Ainda, declaradamente influenciada por suas preferências musicais, com ênfase no imaginário sonoro/visual Indie, Livia percorre questões de afetividade lésbica. “Pode-se dizer que Livia mostra especial sensibilidade para o que foi velado, contido e não dito em relacionamentos entre mulheres”, comenta o curador.
Quem assina o texto crítico da exposição “Vinca” é a cineasta Camila Macedo, que comenta sobre a relação de sua própria pesquisa com a da artista: “Existe a possibilidade de aproximar e colocar em contato minha pesquisa sobre as lesbianidades no cinema, com as investigações da Livia em outras linguagens”. Sobre a aproximação entre cinema e artes visuais, completa: “O próprio convite para que uma pessoa de uma área afim escreva um texto crítico, já diz de um certo senso de risco, de desejo de movimento e arejamento, bem interessantes dessa proposta do Lucas”.
Quem assina o projeto do novo espaço de exposições é o arquiteto Vitor Takahashi, conhecido por desenhar espaços como os do restaurante Pasta Basta e da loja Garimpê, realizados através da finada Numa Arquitetos. A proposta do Asa BASA, que resgata e reconfigura elementos originais do edifício semi-modernista, é o primeiro projeto de seu novo escritório, Takah Arquitetura.
A exposição Vinca abre no dia 25 de março, às 14h. Visitação às quintas, das 17h às 20h e sábados, das 15h às 18h.
Visitas também podem ser agendadas através do e-mail [email protected]
Serviço
Exposição Vinca, de Livia Deboni
Local: Asa BASA / Edifício ASA, Rua Voluntários da Pátria 475, 1° andar, sala 5. Centro, Curitiba – Brasil.
Período: 25 de março a 6 de maio.
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