Mural de Poty descoberto em casa condenada pode ir para museu municipal

Poty pintou o painel "Lendas Brasileiras" na parede de um imóvel que estava prestes a ser demolido para dar lugar a um prédio

[playht_listen_button inline=”yes” tag=”p”]

Atualizada em 14 de abril.

Começa um novo capítulo na vida do mural “Lendas Brasileiras”, de Poty Lazzarotto, descoberto numa casa condenada da rua Olavo Bilac, no bairro do Batel, em Curitiba. Conforme revelado pelo Plural, o painel, que ilustra uma das paredes da casa, corria risco de ser destruído com o imóvel. No lugar, a construtora Porto Camargo – dona do imóvel – planeja construir um prédio. 

Pela dificuldade de remoção da parede onde está pintado o mural, criado nos anos 1970 e restaurado nos anos 2000, seu destino era incerto. Agora, tudo mudou. A reportagem apurou que existem pelo menos dois interessados na obra “Lendas Brasileiras”: o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR) e a Prefeitura de Curitiba. 

Com isso, a remoção do mural para outro endereço é só uma questão de tempo (e de escolha, por parte da construtora, que deve doar o mural para uma dessas entidades). 

Mural de Poty

A princípio, a aposta dada como certa era que a obra terminaria na nova sede do CAU. A entidade fez esforços para ajudar a construtora na catalogação da obra, num processo que envolveu até escaneamento 3D, e que certificou a autenticidade do painel. Além disso, em várias oportunidades, o CAU deixou claro seu interesse em ficar com o mural de Poty. 

Apesar da disposição do CAU para bancar financeiramente a transposição do mural (um desafio técnico que implica em proteger, içar e transportar uma parede que pesa toneladas), fontes consultadas pelo Plural dão como certo que as “Lendas Brasileiras” vão ficar com a Prefeitura. Mais especificamente, com o Museu Municipal de Arte (MuMA), parte do complexo do Portão Cultural. 

Isso faz algum sentido, levando-se em conta que a cidade deve investir em ações e programação cultural homenageando Poty em 2024, ano que marca o centenário de seu nascimento. Poty morreu em 1998. 

A Porto Camargo confirmou à reportagem que as negociações estão em andamento e também o interesse do CAU e da Prefeitura de Curitiba no mural. A definição do donatário depende de condições técnicas para receber a obra de arte. A construtora tem como objetivo que o mural de Poty passe a ser exposto ao público, a partir da instalação em novo endereço, e está otimista quanto ao sucesso da retirada e transposição da obra devido aos avanços técnicos envolvidos no processo de proteção e riscos mitigados. 

O Plural pediu uma nota oficial do MuMA e do setor de patrimônio da Fundação Cultural de Curitiba. Se houver resposta ao pedido da reportagem, esta página será atualizada.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima