A melhor opção é votar em Lula já

O voto em uma terceira candidatura, embora válido, representará apenas o adiamento do inevitável: a escolha entre Lula e Bolsonaro. Se essa opção não for feita no primeiro turno, terá de ser feita no segundo

Os eleitores brasileiros vão se deparar no próximo domingo com algumas poucas opções. As duas mais óbvias são votar na continuidade do atual governo ou escolher a volta do ex-presidente Lula. Mas há pelo menos mais uma alternativa: o voto em uma terceira candidatura.

É evidente que cada eleitora, cada eleitor, tem o direito de votar de acordo com suas preferências, independente do que indicam as pesquisas. É preciso respeitar quem escolhe Ciro, Simone ou qualquer outro nome do espectro oferecido, de Padre Kelmon a Léo Péricles. Assim é uma democracia.

No entanto, a preservação de uma democracia também exige do eleitorado uma dose de prudência. O voto em uma terceira candidatura, embora válido, representará apenas o adiamento do inevitável: a escolha entre Lula e Bolsonaro. Se essa opção não for feita no primeiro turno, terá de ser feita no segundo.

Pedir ao eleitor de Bolsonaro que mude de ideia a essa altura talvez seja vão. Apesar de tudo o que se viu nos últimos quatro anos, há cerca de um terço dos eleitores que desejam a permanência do presidente. E diga-se mais uma vez: numa democracia, é preciso respeitar também esse voto.

Não será demais, no entanto, relembrar o que foi o governo Bolsonaro. O atual presidente e seu grupo político se mostraram desde sempre autoritários e, no poder, desde o primeiro momento flertaram com um golpe de Estado, com uma ruptura institucional. Bolsonaro jamais escondeu seu apreço pela ditadura iniciada em 1964, seu amor pelo torturador Ulstra, sua paixão por grupos de extermínio.

A violência e a desumanidade foram as marcas desse governo, ligado desde sempre às milícias e à linha duras dos quartéis. Um governo que se importou mais com a liberação de armas de fogo do que com a compra de vacinas; que deu a graça presidencial a quem atacou a democracia ao mesmo tempo em que condenava à fome, ao desemprego e à doença milhões de brasileiros. Bolsonaro zombou da falta de ar a que condenou os cidadãos de Manaus e cometeu o mais grave negacionismo ao fingir não haver fome e miséria no país.

Todo voto deve ser respeitado. Mas a sabedoria exige compreender que só há dois cenários diante do país: Bolsonaro ou Lula.

Votar em Lula não significa, nas atuais circunstâncias, negar quaisquer defeitos do ex-presidente – não se trata de aderir cegamente ao petismo, mas sim de optar pela solução que garante ao país estabilidade e que fortalece o Estado de Direito.

Nos oito anos em que teve mandato como presidente, Lula manteve-se fiel a princípios importantes: a atenção aos mais pobres; a prioridade da educação; a soberania nacional; o respeito pelas regras democráticas. Em nenhum momento o ex-presidente tentou um terceiro mandato consecutivo, nem mesmo quando, com mais de oitenta por cento de popularidade e uma reeleição praticamente assegurada, se viu diante da tentação apresentada por seus correligionários.

O governo de Lula não foi perfeito, certamente. Mas fez programas importantes como o ProUni, o Fies, o Minha Casa Minha Vida, projetos que permitiram a milhões de brasileiros de camadas sociais menos privilegiadas sonhar com o que lhes vinha sendo negado até então.

Nas gestões de Lula, a economia andou bem, com estabilidade da moeda, inflação baixa, desemprego em níveis reduzidos e diminuição da dívida externa. O país era admirado e chamou a atenção da mídia e da comunidade internacional. Não à toa sua popularidade chegou a índices ainda hoje não igualados.

Votar em Lula não significa um cheque em branco. Significa apenas compreender que é necessário evitar um segundo turno que tende a ser fratricida e que, certamente, levará à contestação por parte do atual presidente – um homem que vive ameaçando não passar a faixa presidencial caso derrotado.

Todos os votos são importantes. Todos devem ser respeitados. Mas neste momento grave do país, seria omissão não ressaltar o óbvio: garantir que a atual eleição termine de maneira indolor e inconteste é a melhor maneira de termos assegurados os direitos individuais e nossa democracia.

Sobre o/a autor/a

9 comentários em “A melhor opção é votar em Lula já”

  1. Texto poético e nostálgico de um iludido. Com todo respeito ao ser humano que escreveu isto, peço que pesquise um pouquinho mais. Está totalmente enganado. Triste!!!

  2. Sergio Luis da Silva

    Muito interessante suas colocações… mas o que mais me espanta nisso tudo é a memória fraca ou outra coisa, pois em nenhum momento citou todas as ladroagens feitas pelo PT e sua quadrilha…. Não sou fã de Bolsonoro, mas fico com ele em vez do Luladrão … Jamais contrataria de novo alguém que roubou uma vez….

  3. Texto bacana, mas tome cuidado, muitos erros de português. O nome do torturador é Ustra, e não Ulstra. Lula não tentou o terceiro mandado consecutivo pois não é possível perante nossas leis. Como disse o texto é bacana, mas os erros tiram muito a credibilidade.

  4. Pelo andar da carruagem, ou seja, pelas notícias midiáticas, todas unânimes no sentido de quem deverá ser o vencedor do pleito, a melhor opção, realmente, é se definir pelo voto útil, de modo a se encerrar o processo eleitoral de pronto, o derrotado se recolhendo ao seu canto e o vencedor aproveitando o espaço de tempo que tem antes de assumir, para se estruturar e formar sua equipe de trabalho para conta do recado.

  5. Juarez Varallo Pont

    Perfeita a linha adotada pelo editorial. Não se trata de carimbar o petismo ou lulismo. Mas de fazer um esforço final em favor da vida, do Estado de Direito e do respeito às minorias. É também um não à fome, à violência, à intolerância e ao ódio, todos eles já existentes (ou latentes) em parcelar importante da sociedade, mas explorados é incentivados pelo atual governo . Assim, não tem jeito, é Lula lá.

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