Na Boca Maldita, em Curitiba, que ficaria famosa – por vários motivos e graças a alguns alvos permanentes –, quando citavam certos políticos sempre vinha uma sentença:
– Não passa de um pelego…
Pelego é a pele do cordeiro que fica com a lã quando ela é retirada do animal. Mas, como gíria, passou a significar o mesmo que capacho, pessoa que, dominada por outra, faz coisas mesmo contrariada.
– De fato. E não passa de um pinguço.
E por aí vamos:
– A festa de aniversário? Ainda bem que, mesmo convidado, não fui. Soube que virou um tremendo forrobodó…
– Isso mesmo. E estava cheia de sirigaitas.
– E mexeriqueiros.
– Tremenda fuzarca…
– Um bolodório.
– Um blá-blá-blá, tudo sem o menor fundamento.
– Pra quem esperava algo supimpa foi uma chapoletada.
– Coisa de brontossauro…
– Ou quinta-coluna.
Quinta-coluna – como se sabe (e ainda se pratica no Brasil, basta ver o quebra-quebra em Brasília) são grupos clandestinos que atuam dentro de um país ou região prestes a entrar em guerra (ou já em guerra) com outro, ajudando o inimigo, espionando e fazendo propaganda subversiva; ou, no caso de uma guerra civil, atuando em prol da facção rival.
Por extensão, o termo é usado para designar todo aquele que atua dentro de um grupo, praticando ação subversiva ou traiçoeira, em favor de um grupo rival. Sendo assim, a quinta/coluna não se dá no plano puramente militar, mas também por meio da sabotagem ou da difusão de boatos, “atacando de dentro” ou procurando desmobilizar uma eventual reação à agressão externa.