Recurso ao Tribunal de Justiça tenta anular absolvição de réus do Caso Evandro

Câmara Criminal anulou processo depois de fitas mostrarem que réus confessaram crime sob tortura

Um recurso impetrado pelo Ministério Público deve estender a discussão jurídica sobre os antigos réus do Caso Evandro até o primeiro semestre do ano que vem. A primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, numa decisão rara, fez a revisão do processo depois que fitas comprovaram a tortura dos acusados na época do crime. Agora, porém, o Ministério Público entrou com embargos de declaração contra a sentença.

O processo judicial envolve sete pessoas acusadas da morte do garoto Evandro Ramos Caetano em Guaratuba, em 1992. Segundo a versão apresentada na época pelo Ministério Público, com base nas provas reunidas pela Polícia Civil, Cecília e Beatriz Abagge, esposa e filha do então prefeito de Guaratuba, Aldo Abagge, teriam recorrido a um ritual de magia negra que culminou com o assassinato da criança.

Fitas trazidas a público por um podcast sobre o tema, realizado pelo designer Ivan Mizanzuk, revelaram que a confissão dos réus foi obtida pela polícia com uso de tortura. Isso levou o Tribunal de Justiça a anular todo o processo e a declarar os acusados absolvidos. O novo recurso, porém, impetrado pela promotora Maria Angela Kiszka, indica que o MP não desistiu do caso.

Advogado dos réus, Tomás Kubrusly disse em suas redes sociais que a promotora “entra na lista de acusadores corporativistas, que, para livrar a barra de colegas arbitrários, preferem seguir o caminho tortuoso da ilegalidade do que reconhecer a brutal e evidente tortura”.

O recurso também indica que o Ministério Público pode ter a intenção de levar o caso aos tribunais superiores, em Brasília, o que arrastaria a decisão possivelmente por mais alguns anos.

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