Bolsonaro foi mais vaiado do que aplaudido no Maracanã

Cena no Maracanã foi bem diferente da que ocorreu no Mineirão
De um correspondente anônimo no Rio de Janeiro:
Jair Bolsonaro foi ao gramado do Maracanã para participar da premiação da seleção brasileira, campeã da Copa América após 12 anos. No entanto, no momento que ficou exposto, sofreu.
Em alguns lugares do estádio, torcedores relatam que não terem ouvido nem aplausos ou os gritos de “mito”. Já outros se surpreenderam exatamente por ter acontecido no Rio de Janeiro, onde construiu sua carreira política.
Perto da tribuna de honra do estádio, é claro que existiram manifestações de apoio. E como a imprensa fica acima dos VIPs, diversos jornalistas não se atreveram a cravar que as vaias superaram os aplausos.
Na televisão, o fato foi minimizado. A Rede Globo e o SporTV, detentoras dos direitos exclusivos de transmissão, não deram muita corda para o assunto. Mas o protesto da torcida surpreendeu.
Principalmente pela elitização do público. O ingresso médio custou R$ 661,78, valor exorbitante para o padrão de vida da maioria dos brasileiros. Não à toa que a renda da partida superou R$ 38 milhões, a maior arrecadação obtida por um jogo de futebol no país.
A cena no Maracanã foi bem diferente em relação à última terça-feira (2), quando o presidente se aventurou no gramado do Mineirão.
Em Belo Horizonte, cidade em que teve 55% dos votos nas eleições, Bolsonaro teve muito mais apoio. Pegou uma bandeira do Brasil, chacoalhou e fez a festa com seus apoiadores. As vaias foram presentes, mas muito menores.
Na última sexta-feira, o presidente confirmou que iria ao Rio de Janeiro para acompanhar o jogo ao lado do ministro Sergio Moro. “O povo vai dizer se estamos certos ou errados”, declarou após  o novo vazamento do site The Intercept Brasil, em parceria com a revista Veja.
Moro não se atreveu a pisar no campo. Seria muita exposição para alguém que enfrenta a pressão do cenário atual.
Para completar, é importante lembrar que o protesto do Maracanã vai ao encontro das duas últimas pesquisas de Datafolha e Ibope. A mais atual, divulgada hoje (8), aponta que 33% consideram a gestão atual como ótima ou boa. Já o levantamento de junho teve recorde negativo para Bolsonaro, com apenas 32% avaliando o governo positivamente. Em janeiro, o índice era de 49%.

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