Após escândalo de áudio vazado, Márcio Barros deixa Conselho de Ética

Grupo pró cassação de Renato Freitas perde um voto; vereador não deve ser substituído por suplente

Depois do vazamento de dois áudios seus, o vereador Márcio Barros (PSD) acabou apresentando sua renúncia à vaga que tinha no Conselho de Ética da Câmara de Curitiba. Nos áudios, afirmava que votaria pela cassação de Renato Freitas (PT) e dizia que era preciso pressionar a vereadora Noemia Rocha (MDB) para fazer o mesmo.

Com a saída de Márcio Barros do Conselho, o grupo pró-cassação de Renato Freitas perde um voto. O entendimento é que o vereador não pode ser substituído por outro no decorrer do processo. Por isso, o presidente do Conselho, Dalton Borba (PDT), não deve aceitar a entrada de um novo membro no procedimento contra Renato Freitas, já que isso poderia levar à nulidade do caso.

Segundo o áudio que Barros teria enviado para um amigo, o Conselho teria até aquele momento quatro votos pela cassação do petista e três vereadores decididos a pedir o arquivamento do processo ou penas mais brandas, como a suspensão. Duas vereadoras, segundo ele, Indiara Barbosa (Novo), e Noemia Rocha, estariam indefinidas.

“Pior de tudo é a Noemia, que é da Assembleia de Deus. Tem que meter pressão nela”, diz ele numa conversa com um amigo chamado Bruno. Depois do vazamento, Barros mandou um áudio para Noemia pedindo desculpas.

A defesa de Renato Freitas chegou a protocolar um pedido formal na Câmara para que Barros fosse considerado suspeito na votação do caso. No entanto, antes mesmo que o presidente decidisse sobre a situação, o vereador do PSD pediu sua saída do Conselho.

Renato Freitas é alvo de uma representação no Conselho de Ética por ter protestado no dia 5 de fevereiro dentro da Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, em Curitiba, contra o assassinato de dois homens negros. A própria Igreja Católica, por meio da Arquidiocese, afirmou ser contra a cassação do vereador, e sugeriu uma pena mais branda.

A principal força contra Renato Freitas na Câmara hoje é a bancada evangélica, que tem uma briga com ele desde que o petista afirmou haver pastores “trambiqueiros” em algumas igrejas.

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