Há tempos semeei no papel umas palavrinhas de louvação à nunca assaz louvada vírgula.
Aquele tributo emocionou gerações país afora – ainda hoje há quem cujo olho vaze vírgulas de água e sal só de lembrar.
Pois agora volto ao ponto, a vírgula (à vírgula é que volto, claro, não ao ponto e menos ainda ao ponto e vírgula): esse pequeno gadanho da língua é um sintético isolante sintático, fragmentador de massas compactas e desambiguador portátil.
Um ser de luz, um exemplo para todos: glorificado seja o minúsculo colossinho das gramáticas.
Não há nenhum ser, vivo ou inanimado, deste ou doutros planetas, que eu ame mais fundo do que essas criaturinhas serelepes, as vírgulas