Banheirão com proteção

Da camisinha ao PrEP, cuidado em primeiro lugar.

A vida do gay moderno é sustentada por três pilares, que basicamente podemos dividir em biscoitar, militar e transar (ou reclamar que não faz nenhuma das três opções anteriores). Para quem está por fora das gírias modernas, biscoitar é o ato de pedir biscoito, chamar atenção por meio de fotos e vídeos nas redes sociais com a finalidade de ganhar likes e comentários, ou seja, ganhar o tão sonhado biscoito.

Bom, o militar as senhoras já devem (e precisam) saber muito bem o que significa. É não deitar para a sociedade machista, homofóbica, misógina, preconceituosa. É não aceitar viver na Idade Média, com caça às bruxas e tribunal da santa inquisição. É se impor e mostrar que a gente está aqui – vivas, lindíssimas e atentas. Atentas, inclusive, com relação a nossa vida sexual!

A comunidade LGBTI+ já passou por poucas e boas dentro da temática sexo e um dos momentos mais críticos foi a descoberta e classificação da AIDS/HIV, por volta de 1982. Como a maioria das pessoas infectadas eram homossexuais, a doença ficou conhecida como “câncer gay” e muitos defendiam que era um castigo de Deus para homens que se deitavam com homens. Parece os dias de hoje, né? Pois é, toda essa história deixou estigmas na da sociedade que marcaram gerações e ecoam até hoje.

Os avanços no tratamento do vírus podem parecer tranquilizadores e uma luz no fim do túnel, um respiro para a comunidade e, para muitos, o descuido nas relações sexuais. Em tempos em que o sexo está literalmente a um toque de nós e a transa por transa parece bater em nossa porta, nos deixamos levar pelo prazer e pela urgência e esquecemos de um ponto crucial: A PROTEÇÃO. E meus queridos, não há desculpas para não encapar o palhaço, viu!

Tá sem grana para comprar camisinha? No postinho tem! – AAAAA mas é tão sem graça! Compra aquelas que brilham no escuro e brinca de mestre Jedi! Tem com sabor, tem colorida, super fina e até exxxxtra larga para as donas de um metrô. Para termos uma ideia, segundo boletim divulgado em junho de 2018 pelo Ministério da Saúde, em 2017 foram diagnosticados 42.420 novos casos de HIV e 37.791 casos de AIDS, totalizando 982.129 casos de AIDS detectados no país (de 1980 a junho de 2018).

Entretanto, desde 2012 o número de novos infectados vem diminuindo e pode ser explicado pela implementação do “tratamento para todos” em dezembro de 2013. Além da conscientização individual, o suporte do estado com relação à ações de tratamento e prevenção é essencial.

Um dos tratamentos fornecidos de forma gratuita e pouco conhecido é o PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) que previne a infecção pelo vírus antes mesmo dele entrar em contato com o organismo. Para que a combinação de medicamentos seja eficaz, é necessário que o usuário siga a risca o tratamento e tome o remédio diariamente. Mas atenção amores, esse tratamento não protege seu corpinho de outras infecções sexualmente transmissíveis, é preciso usar camisinha sempre! O PrEP só faz efeito após 7 dias de uso, para relação anal e 20 dias para relação vaginal.

Contudo, o tratamento com PrEP não está disponível para todas as pessoas. O Ministério da Saúde indica a utilização do medicamento para quem tem maiores chances de entrar em contato com o vírus, o chamado grupo de risco: gays, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e profissionais do sexo.

Aqui em Curitiba, o COA (Centro de Orientação e Acompanhamento) realiza esse tratamento com medicação gratuita, acompanhamento médico e realização de exames a cada três meses. Não há desculpas para não se proteger, né non?

Então gay, vamo agi! Proteção nunca é demais, porque quem se ama cuida e tá sempre atenta!

Ficou interessadx no tratamento? Então entra em contato com o COA que lá eles podem tirar todas as suas dúvidas e você fica mais protegido:

COA – Centro de Orientação e Aconselhamento

Rua do Rosário, 144 – 6º andar Centro
Telefone: (41) 3321-2781


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