Banheiros unissex são o novo alvo de parlamentares conservadores do Paraná

Só nesta terça foram apresentados dois projetos na Alep que proíbem banheiros unissex no estado

As bancadas conservadoras da Assembleia Legislativa do Paraná e da Câmara de Curitiba, que já apontaram suas descalibradas artilharias para para o termo “gênero” e para exposições de arte no estado, agora miram na existência de banheiros unissex em estabelecimentos comerciais. O novo inimigo foi eleito após ter viralizado na semana passada um vídeo em que uma mulher filma banheiros unissex de uma unidade do McDonald’s em Bauru (SP) e diz que são “um absurdo” e “uma imundice”, apesar de, no vídeo, ficar bem evidente que os banheiros garantem privacidade e segurança aos usuários.

Na Assembleia, dois deputados apresentaram projetos com o mesmo objetivo nesta terça-feira (16): Cantora Mara Lima (PSC) e Missionário Ricardo Arruda (PSL), ambos da bancada evangélica.

“O banheiro unissex é um banheiro de uso coletivo que não é destinado a um público específico, sendo caracterizado seu uso por qualquer indivíduo, independente de sexo, ferindo o princípio do direito à intimidade, da privacidade, e ainda, ocasiona constrangimentos entre os indivíduos”, justifica Mara Lima.

O projeto de Arruda tem um trecho curioso, que determina que as pessoas façam exatamente o que se faz desde que inventaram portas e privadas: “Todos os estabelecimentos públicos ou privados, onde só exista um único banheiro para atendimento dos seus usuários, devem respeitar as normas legais de uso, permitindo o acesso de apenas um indivíduo por vez”.

“Não se trata aqui de nenhuma forma de discriminação, de homofobia ou de transfobia, mas sim da preservação à
intimidade e segurança de crianças e mulheres, que são mais vulneráveis, aos mais variados tipos de violência e
assédio sexual que podem ocorrer nesses locais”, justifica o deputado.

O vereador Ezequias Barros foi ainda mais rápido que os colegas deputados. Da bancada evangélica na Câmara de Curitiba, ele apresentou proposta com o mesmo objetivo e não fez mesuras na justificativa do texto.

“Visto que, tem se tornado algo comum e reclamações são frequentes, de pais e professores que se preocupam, com a tentativa de alguns em instituir princípios da ideologia de gênero nas escolas, por pessoas que tentam politizar as nossas crianças, e que vergonhosamente insistem em desrespeitar os pensamentos da maioria dos cidadãos curitibanos, que são contra ideologia de gênero, linguagem neutra e banheiros neutros”, escreveu.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima