Publicada pela Brasa Editora, no final do ano passado, “Damasco” terá noite de autógrafos e bate-papo com os autores no dia 22/02, às 19 horas, na Itiban Comic Shop. A mediação será feita por Liber Paz, do canal Kitinete HQ.
Desenvolvida a partir de uma notícia lida por Lielson Zeni sobre um homem que pôs a própria vida à venda, “Damasco” conta a história de Saulo, que resolve abandonar a própria vida e recomeçar do zero. Para isso, corta as relações com todos que conhece, inclusive a namorada Rachel.
Referências
A arte de Lourenço, sutil e quase pictográfica, dá vida a narrativa estruturada da mesma forma que Saulo imagina ser sua vida: a partir do que possui. Os móveis, livros, gato, videogame, são seus bens e suas necessidades atuais. E é justamente jogando um game que Saulo resolve agir. “Damasco” vai lidar com questões como memória, apego, a formação da identidade a partir do que consumimos e guardamos, de afetos interrompidos e de rotinas de trabalho massacrantes. Cada capítulo trata de como Saulo se livrou de algum item, com referências da cultura pop, literatura, cinema, música, games, notícias do mundo real, e com o texto preciso de Zeni.
Pandemia
“O desfecho da pandemia nos devolveu ao progressivo naufrágio no cotidiano previsível, colonizado, asfixiante, claustrofóbico. Em um diálogo tácito conosco, nos desafiando, o fio da vida do protagonista repõe, a cada amanhecer, o projeto triturador da dissolução, do apagamento. A máquina de símiles do capitalismo que mimetiza o mesmo não quebra, não para. Mas, então, eureca – ao protagonista ocorre a saída, uma espécie de epifania invertida: “Parar tudo e só respirar”. No limite, tememos ouvi-lo sussurrar, pelo avesso, como convém ao barroco sublimado, que se insinua entredentes, entrelinhas, nos espaços vazios (esses vãos que oxigenam mas nos acercam de abismos), tensionando a estética minimalista adotada na superfície: Parar de respirar”, diz o antropólogo Luiz Eduardo Soares sobre a obra.
Autores de “Damasco”
Alexandre S. Lourenço
Quadrinista, ilustrador, roteirista e pizzaiolo amador, Alexandre S. Lourenço é formado em Letras-Italiano. Já publicou Robô esmaga (JBC), Você é um babaca, Bernardo (Mino), Boxe e Durma bem, Monstro (ambos independentes), além de ter ilustrado para a Folha de S.Paulo e ter participado de coletâneas como a revista Café espacial. Damasco é seu primeiro romance gráfico em parceria com Lielson Zeni.
Lielson Zeni
Roteirista, escritor, pesquisador, crítico e editor, Lielson Zeni é formado em Comunicação e Letras. também é mestre em estudos literários (UFPR) e doutorando em Ciência da literatura (UFRJ), ambos trabalhos são pesquisas sobre quadrinhos. Publicou histórias curtas em revistas como Café espacial e Fronteira livre, é um dos ganhadores do BMA 2014 (história desenhada por Francis Ortolan), e fez quadrinhos sobre as Olimpíadas para a Veja (com arte de Alexandre De Maio). Publicou as prosas experimentais Lado B: Uma história de amor para walkman e Mente do Macaco (Balão). É membro do site de crítica de quadrinhos Balbúrdia, co-organizador do Prêmio Grampo. Foi editor assistente na Maurício de Sousa e editor na DarkSide Books, além de fazer trabalho freelancer de preparação de texto para diversas editoras.
Lançamento da graphic novel “Damasco” em Curitiba
Nesta quinta-feira (22/02), às 19h, na Itiban Comic Shop (Avenida Silva Jardim, 845 – Rebouças). Outras informações por WhatsApp (41) 3232 5367, ou aqui.
“Damasco”
Graphic novel com 208 páginas coloridas e capa dura, publicada pela Brasa Editora. Preço de capa R$ 109,90
Muito legal esse lançamento. Eu, que já tenho 65 anos, acho essa modalidade muito legal. Os quadrinistas também fazem coisas sérias, ensinam de forma diferente a nossa realidade. E viva a Itiban, cada vez mais uma referência.