Servidora acusa FAS de racismo e Fundação apura denúncia administrativamente

Elaine Batista, além de servidora pública, é representante do Conselho Regional de Serviço Social

A Fundação de Ação Social (FAS) de Curitiba está apurando um caso de racismo envolvendo a servidora Elaine Batista, que também é representante do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS). Elaine responde a um processo disciplinar porque enviou mensagens em um grupo de WhatsApp durante o horário de expediente.

O caso ocorreu em 10 de janeiro, quando a Polícia Militar cumpriu reintegração de posse na ocupação Povo Sem Medo, no Campo do Santana.

Elaine acompanhou a reintegração e escreveu mensagens para o grupo do Conselho, referentes às deliberações sobre a situação. Além dela, outros membros do grupo também interagiram para trocar informações.

No entanto, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Curitiba (Sismuc), apenas as mensagens enviadas pela servidora foram printadas e enviadas para a FAS, que por sua vez abriu processo administrativo.

Racismo

Elaine é a única mulher negra que integra o quadro de conselheiros e nenhuma pessoa branca responde ao mesmo processo, embora tenha ocorrido troca mensagens. A servidora entende que é uma situação de racismo. 

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“Essa instituição [a Prefeitura] marcou o meu corpo, ao tentar me silenciar. Muitas pessoas me relacionam à Marielle [Franco] na FAS. E, por muito tempo, eu não gostava de ser reconhecida assim. Porque a Marielle morreu. Morreu por falar, por denunciar. Esse processo administrativo é uma maneira de me matar. Existem muitas formas de matar pessoas, silenciando-as é uma delas”.

Representantes do Sismuc tiveram reunião com outros órgãos e o CRESS deve tomar medidas para tentar a suspensão do processo administrativo. A pessoa responsável por printar as conversas, quando for identificada, deve responder à comissão de ética dos conselheiros.

A deputada federal Carol Dartora (PT), primeira vereadora negra de Curitiba, enviou um ofício à procuradoria-geral da Prefeitura de Curitiba. “(…) reforçamos a solicitação de esclarecimentos a respeito das denúncias de racismo institucional e assédio moral em relação a instauração do processo administrativo disciplinar contra a servidora pública Elaine Batista”, diz o documento, que foi despachado em 30 de março, mas ainda não foi respondido.

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1 comentário em “Servidora acusa FAS de racismo e Fundação apura denúncia administrativamente”

  1. Racismo é crime. O MPPR já devia ter prendido quem cometeu o CRIME!
    Investigação administrativa é inócua. Faz tempo que eu estou lendo sobre essa senhora nas redes sociais e até agora o MPPR se considera não provocado??? As vítimas de racismo tem que literalmente fazer escândalo nas redes sociais para serem minimamente ouvidos e mesmo assim o MPPR ainda está fazendo as unhas e arrumando o laço no cabelo, quando já deveria ter pelo menos aberto investigação.

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